Medição do Ibope em audiência de TV pode estar ‘com os dias contados’

Hoje, o Ibope detém o monopólio da medição de audiência no Brasil. Em algumas cidades, essa medição é feita por aparelhos conectados à televisão em tempo real; em outras, é feita uma roda de pesquisas a cada seis meses para saber qual emissora o telespectador assiste. De ambas as formas, há questionamentos intermináveis sobre a metodologia.

Aliás, o questionamento é necessário, afinal, são esses números que literalmente decidem valores do mercado e a reputação de apresentadores, programas e emissoras. Hoje trago aqui um verdadeiro ‘soco’ que Dissica Calderaro, proprietário da Rede A Crítica, deu no Ibope em Manaus. Na Grande Manaus, são quase 3 milhões de pessoas e apenas 220 aparelhos/casas definem o mercado. Isso, claro, beira o absurdo.

Além do serviço ser caríssimo, os números parecem não condizer com a realidade. A Crítica é uma emissora tradicional no estado, foi do SBT, depois Record, até se tornar independente. Dissica resolveu simplesmente romper com o Ibope, mesmo conquistando a liderança em vários horários. Resultado disso? Uma verdadeira bagunça no “Ibopeverso”. Como uma das maiores emissoras do estado não está na medição? Quem é líder não é líder de verdade? Quem é vice não é vice de verdade? Quem está em terceiro, na verdade, está em quarto? E quem está em segundo, na verdade, está em terceiro? O golpe foi duro, e nem o Ibope esperava.

Então, isso significa que A Crítica parou de vender ao mercado publicitário? Definitivamente, não. A Crítica mudou a maneira de vender sua audiência, utilizando uma nova forma de medição por meio da torre. Esse método vem sendo usado por centenas de emissoras pelo país, colocando a atual medição do Ibope em xeque.

Como assim, audiência medida pela torre?

Diversas empresas oferecem esse serviço e, como todo serviço, há vantagens e desvantagens. É possível saber quantos televisores estão ligados na sua torre, ou seja, no seu canal. Porém, o sistema, por enquanto, só consegue medir a audiência de televisores que têm conexão com a internet, ou seja, Smart TVs. O EM OFF teve acesso, por exemplo, a esse sistema. Veja o print.

(Imagem mostra o número exato de televisões ligados em um canal de Televisão)

Serviço mais barato e com mais precisão

Com esses dados em mãos, é muito mais fácil mostrar ao mercado publicitário o seu alcance, algo que o Ibope não consegue fazer, já que possui um número limitadíssimo de aparelhos medindo a audiência.

SBT e as mudanças

Muita gente acredita que a atual audiência do SBT é injusta, ainda mais agora que a emissora investe fortemente em jornalismo. E se o SBT saísse da medição, assim como a TV A Crítica, forçando o Ibope a mudar seu modelo de medição de audiência? Esse modelo atual já não estaria ultrapassado? Em uma rua com 30 casas, apenas uma única casa tem o aparelho do Ibope. Se essa casa está na Globo, o que garante que as outras 29 também estão na Globo? Fica o questionamento.

(Daniela Beyruti e Dissica Calderaro)

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