O show de bizarrices de Trump

O dia tão esperado por muitos chegou. No capitólio, Trump foi anunciado. Ele surgiu, aproximou-se de sua esposa, tentou beijá-la no rosto, mas o chapéu – que chapelão, hein – impediu o ato de carinho. Por falar nisso, que roupa mais estranha a da primeira-dama. Não é preciso ser estilista para ter reparado. Parecia estar de luto, com a visão turva. Seria o prenúncio inconsciente do que será o novo governo? Algo sombrio, nebuloso.

Estavam presentes os donos da Meta, da Amazon e do X. Eles devem se achar os donos do mundo e certamente ali simbolizaram apoio ao novo presidente.
Trump fez o discurso esperado. Disse que a era de ouro começava agora. E seu governo passado não já foi uma era de ouro? Era de ouro para quem? Para alguns americanos. E é claro que não podia faltar Deus. Os conservadores, a direita ama falar em nome de Deus, de Jesus. Ele afirmou que foi salvo por Deus – aleluia!, glória! – para fazer a América ótima de novo. Disse que de agora em diante só existiriam masculino e feminino.

Dentre muitas besteiras, falou ainda da intenção de mudar o nome do Golfo do México para Golfo da América. Daqui a pouco, vai querer mudar o nome do planeta Terra para planeta América.
Depois, em comício, o bilionário Elon Musk discursou e fez várias vezes um gesto que a internet identificou como a saudação nazista. Será mesmo? Se não foi o gesto nazi, o agora ocupante de importante cargo no governo Trump deveria esclarecer. Entre outras coisas, o empresário disse que o futuro da civilização, graças aos trumpistas, estava garantido. De que civilização? Da civilização que nega as mudanças climáticas? Disse também que os EUA enviarão astronautas para Marte. Será que vão colonizar, terraformar Marte e mudar também o nome do planeta vermelho?

Poucos dias depois, Trump mostra que está cumprindo o que prometeu em campanha. Os primeiros deportados dos Estados Unidos chegaram aqui algemados e acorrentados nos pés. O Brasil foi humilhado e essas pessoas tratadas pessimamente.
O mundo civilizado vai aguentar mais quatro anos de Donald Trump?

FELIPE AUGUSTO FERREIRA FEIJÃO
PROFESSOR E
MESTRE EM FILOSOFIA

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