Clube gaúcho pagou a multa do lateral-esquerdo mas o Leão acionou uma cláusula que impede a liberaração do jogador
Em meio a um impasse com o Grêmio, o Vitória pode perder uma peça fundamental: o lateral-esquerdo Lucas Esteves. No entanto, para além do peso para o elenco rubro-negro, os contornos da transfência chamam atenção e foram alvos de debate do Podcast45.
Na última segunda-feira (27), o Tricolor pagou a multa de quase R$ 6 milhões para tirar o lateral-esquerdo Lucas Esteves do Vitória. Contudo, a contratação não foi concretizada quando o clube rubro-negro devolveu o valor ao Grêmio, acionando uma cláusula contratual que impede a liberação de Esteves, mediante o pagamento de US$ 100 mil (cerca de R$ 600 mil) diretamente ao atleta em até cinco dias da recusa.
Para Kauê Diniz, se faz necessário entender os termos do contrato, que podem até resguardar o Vitória, mas também podem demonstrar que os direitos trabalhistas do jogador não estão sendo respeitados.
“É preciso ver como está no contrato, porque é estanha a forma como a situação está se colocando, de que o depósito realmente resolve. Se for assim, a questão é facilmente anulada na Justiça. Mas talvez o Vitória esteja resguardado juridicamente, mas não da maneira como o presidente (Fábio Mota) se manisfestou. A cláusula tem que estar muito bem amarrada para que não ultrapasse os direitos trabalhistas”, iniciou o jornalista.
“Essas cláusulas geralmente são derrubadas porque a própria Justiça leva em consideração que o trabalhador, no momento em que formaliza o contrato, está em uma situação de menor igualdade. Então ele acaba tendo que aceitar a situação e, posteriormente, pode brigar na Justiça para mostrar que aquilo não faz jus porque se sobrepõe a todas as leis”, completou Kauê.
Tanto o Grêmio quanto o Vitória já informaram que irão acionar a Câmara Nacional de Resolução de Disputas (CNRD). Nesse sentido, Fred Figueiroa explicou que a estratégia do Leão da Barra em relação à disputa judicial tem que estar aliada ao convencimento do atleta em seguir no clube, a fim também de evitar uma saída sem compensação financeira no meio do ano.
“Esse movimento da briga na Justiça tem que ser em paralelo ao convencimento do jogador em ficar no clube para ser valorizado no mercado. Além de injetar um valor grande no salário. Do contrário, o jogador não fica no clube e em junho sai de graça. Então essa briga tem um cálculo de risco muito grande para o Vitória”, afirmou.
Lucas Esteves no Vitória
Peça importante na campanha de recuperação do Vitória na Série A, o lateral terminou a temporada passada com 51 partidas, além de dois gols e quatro assistências. Já em 2025, atuou em três partidas pelo Leão da Barra.