O Ibovespa, principal índice da Bolsa de Valores brasileira (B3), que vinha de uma sequência de três sessões negativas, atingiu nesta segunda-feira (27) o maior nível de fechamento desde 12 de dezembro, após encerrar o pregão em alta de 1,97%, aos 124.861,50 pontos.
O movimento foi impulsionado pela queda nos juros futuros, atraindo investidores para empresas ligadas à economia doméstica; além da crise no setor de tecnologia em Wall Street, que levou ao enfraquecimento do dólar.
Nesta terça-feira (28), a moeda norte-americana abriu em queda de 0,06%, a R$ 5,9, enquanto o dólar futuro sobe 0,24%, a R$ 5,9. Os juros futuros recuam e o Ibovespa futuro cai 0,04%, aos 125.450 pontos.
No mercado internacional, o assunto é como Wall Street deve se recuperar após a derrocada das ações de tecnologia, com o anúncio de um novo modelo de Inteligência Artificial (IA) criado pela chinesa DeepSeek, que deve ameaçar a soberania dos Estados Unidos no setor de tecnologia. Sobretudo, os investidores se preocupam com o cenário de forte aversão ao risco que predominou nesta segunda-feira (27).
No entanto, o dólar busca se fortalecer em meio ao discurso de Trump de que deve sancionar tarifas universais progressivas e aumentar a competitividade no setor de tecnologia. O mercado, no entanto, busca manter estabilidade às vésperas das decisões de política monetária nesta Super quarta (29).
No Brasil, o mercado monitora a cautela dos juros curtos com a forte deterioração das expectativas inflacionárias, às vésperas da decisão do Comitê de Política Monetária (Copom), com expectativa de manutenção da taxa de juros em 1 p.p, na primeira reunião sob comando de Galípolo.
Manchetes desta manhã
- Chinesa DeepSeek abala setor de IA e derruba ações (Valor)
- Pix e inflação atingem base de Lula, que sofre virada na aprovação (O Globo)
- IA chinesa derruba em US$ 1 trilhão valor de gigantes de tecnologia (Folha)
- Trump renova ameaça de tarifas universais para ‘proteger os EUA’ (Valor)
- Carne e café podem subir até 20% este ano, elevando pressão sobre inflação e governo (O Globo)
Mercado global
As bolsas da Europa operam em alta, após liquidação global de tecnologia desencadeada pela startup chinesa de IA DeepSeek. O Índice de tecnologia europeu, também atingido na sessão anterior, é negociado 0,3% mais alto.
Na Ásia, o mercado está mais tranquilo, em razão do longo feriado do ano novo lunar, que fecha as bolsas da China continental, Taiwan e Coreia do Sul. O Japão fechou o pregão desta terça-feira em queda, afetado pelas empresas ligadas a chips e, Hong Kong encerrou a sessão com leve alta de 0,14% em um pregão mais curto em razão do feriado.
Em Nova York, o S&P 500 futuro sobe 0,4%, Stoxx Europe avança 0,7% e o Nikkei recua 1,4%.
Confira os principais índices do mercado:
- S&P 500 Futuro +0,4%
- STOXX 600 +0,7%
- FTSE 100 +0,6%
- Nikkei 225 -1,4%
- Shanghai SE Comp. -0,1%
- MSCI EM -0,1%
- Dollar Index +0,3%
- Yield 10 anos +2,4bps a 4,5586%
- Petróleo WTI +0,2% a US$ 73,34 barril
- Futuro do minério em Singapura: -0,2% a US$ 103,4
- Bitcoin +1,5% a US$ 102909,06
Commodities
- Petróleo: sobe, mas dados fracos da China aumentam as preocupações com a demanda. O Brent/mar sobe 0,61%, a US$ 77,55 e o WTI/mar avança 0,52%, a US$ 73,55.
- Minério de ferro: Negócios estão fechados em Dalian, devido ao feriado do ano novo lunar. Em Singapura, os contratos futuros estão em leve alta de 0,02%, cotados a US$ 104,30/ton. O mercado à vista está em alta de 0,11%, cotado a US$ 101,65/ton.
Cenário internacional
Nos EUA, o discurso de Donald trump chamou atenção mercado na noite desta segunda-feira, após declarar que a tecnologia da DeepSeek precisa ser um alerta para as empresas de tecnologia americanas “entrarem na competição para vencer”. A fala se refere à criação de um novo chatbot criado pela empresa chinesa, capaz de responder a perguntas dos usuários, semelhante ao ChatGPT, da OpenAI, com menor custo.
No domingo, o app se tornou o mais baixado na Apple Store nos EUA, levando a Nasdaq e o S&P 500, a fecharem em queda de 3,07% e 1,43%, respectivamente. Nesse contexto, Trump voltou a falar sobre tarifas, mas dessa vez, sobre os setores de semicondutores, aço, alumínio e cobre, a fim de atrair fabricantes para o EUA.
No calendário dos balanços corporativos, destaques para os resultados da Boeing e General Motors, que divulgaram seus balanços antes da abertura do mercado.
Cenário nacional
No Brasil, a política de juros continua continuar no radar dos investidores, no primeiro dia da reunião do Comitê de Política Monetária (Copom), do Banco Central (BC). Nesta quarta-feira (29), após às 18h30, deve ser divulgada a decisão sobre a taxa Selic, na estreia de Gabriel Galípolo no comando.
A agenda do dia traz entre os indicadores econômicos importantes a divulgação da arrecadação de impostos pelo governo referente a dezembro, prevista para as 10h30.
Entre os compromissos do dia, o presidente Lula se reuniu às 9h em Brasília, com o ministro da Secretaria de Comunicação Social, Sidônio Palmeira, e com o secretário de Imprensa da Secretaria de Comunicação Social, Laércio Portela.
Em seguida, às 9h30, a reunião foi com o ministro das Cidades, Jader Filho. Logo mais, às 11h, Lula conversa com representantes da Associação Brasileira de Incorporadoras Imobiliárias (Abrainc). E às 16h, fala com o embaixador da COP30, André Aranha Corrêa do Lago.
O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, também tem uma série de encontros hoje. Às 10h, ele se reúne com o presidente dos Correios, Fabiano Silva dos Santos, com participação da ministra de Gestação e Inovação, Esther Dweck. Às 14h, deve se reunir com representantes da Abrainc.
Destaques no mercado corporativo
- Vale: divulga hoje, após o fechamento, o relatório de produção e vendas do quarto trimestre de 2024.
- Petrobras: informou que, em 2024, atingiu todas as metas de produção estabelecidas em seu Plano Estratégico 2024-2028, dentro do intervalo de 4% para mais ou para menos.
- Direcional: Aprovação de emissão de R$ 375 milhões em debêntures.
- Ecoriominas: Emissão de R$ 7,32 bilhões em debêntures com prazo de 272 meses.
- Meta x Apple: A Meta acionou o Cade contra a Apple, alegando prática anticompetitiva ao exigir consentimento de rastreamento apenas para aplicativos de terceiros.
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