BR-381: entenda a origem do termo “Rodovia da Morte”

Trecho da BR-381/MG, conhecida como ‘Rodovia da morte’ANTT/Divulgação

A BR-381, uma das mais emblemáticas rodovias do Brasil, é conhecida tanto por sua relevância logística quanto pelo título nada desejável de “rodovia da morte”. Com uma extensão de 1.181 km, ela se destaca pelo alto índice de acidentes proporcionais ao seu tamanho.

Em 2021, segundo a Confederação Nacional do Transporte (CNT), a rodovia registrou 265 ocorrências a cada 100 quilômetros, liderando este índice no país.

A rodovia começa na cidade de São Mateus, no Espírito Santo, no entroncamento com a BR101, e vai até a cidade de São Paulo, no entroncamento com a BR-116 (Rodovia Presidente Dutra).

A história e a importância da BR-381

A construção da BR-381 teve início nos anos 1950, durante o governo de Getúlio Vargas, como parte de uma política nacional de integração territorial. A pavimentação de boa parte do trajeto ocorreu na década de 1960, sendo inaugurada por Juscelino Kubitschek. Ela é muito importante para o transporte de muitos produtos industriais.

Por que é chamada de “rodovia da morte”?

A fama negativa da BR-381, especialmente no trecho mineiro entre Belo Horizonte e Governador Valadares, se deve ao traçado sinuoso, à presença de pistas simples e à manutenção precária ao longo dos anos. Entre 2018 e 2023, a Polícia Rodoviária Federal registrou 3.960 ocorrências no trecho, das quais 420 resultaram em mortes.

Esse histórico de tragédias levou à mobilização de moradores locais, que chegaram a criar grupos de resgate voluntários, como o Serviço Voluntário de Resgate (Sevor), na cidade de João Monlevade.

Nova concessão

Em 2024, a BR-381 foi leiloada. A 4UM  investimentos, o grupo vencedor, vai investir R$ 9,3 bilhões para melhorias na rodovia, que conta com um trecho de 303,4 quilômetros, que liga Governador Valadares a Belo Horizonte, onde os maiores acidentes são registrados.

A administração da rodovia estará a cargo de uma rodovia que recebe um tráfego médio de 24,7 mil veículos diários. Espera-se que o projeto beneficie 4 milhões de pessoas e crie 83,5 mil empregos diretos e indiretos.

As melhorias incluem a duplicação de 106 km de pista, 83 km de faixas adicionais, 51 correções de traçado, áreas de escape, Pontos de Parada e Descanso (PPD) para caminhoneiros e 23 passarelas para pedestres. Também serão instalados Centros de Controle de Operações (CCO), áreas de escape e Bases do Serviço Operacional (BSO) para suporte a emergências e incidentes.

Nos primeiros 100 dias, o foco será a reabilitação da rodovia, com melhorias no pavimento, sinalização e infraestrutura. As ações incluem tapa-buracos, limpeza das pistas, manutenção de pontes e viadutos, roçagem da faixa de domínio e reforço do sistema de iluminação.

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