Uma carta assinada por gerentes e coordenadores de pesquisas do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) afirma que o clima no órgão está “deteriorado” e que as lideranças encontram “sérias dificuldades” para realizar as funções. A manifestação faz uma série de críticas à gestão do presidente do IBGE, Marcio Pochmann, marcando novo capítulo da crise que se arrasta desde setembro de 2024 e que ganhou força no início deste ano.
“O clima organizacional está deteriorado e as lideranças encontram sérias dificuldades para desempenhar suas funções. Por isso, não vemos outro caminho senão solicitar o apoio da sociedade e a atenção das autoridades competentes para sanar a crise instaurada”, cita a carta.
O comunicado passou a circular nos bastidores no início desta semana. Ultrapassava 130 assinaturas na segunda-feira (20), incluindo as de servidores de outras funções, como assistentes e assessores. A Presidência do IBGE afirmou à reportagem, via assessoria de imprensa, que a posição segue a mesma do texto publicado na semana passada.
Divulgado no dia 15, rebateu as críticas feitas por servidores nos últimos meses, disse que o IBGE avança e falou em “mentiras” sobre a instituição. Os técnicos, por outro lado, afirmam na carta que a condução do órgão “com viés autoritário, político e midiático pela gestão Pochmann” é a verdadeira causa da crise.
“Sua gestão ameaça seriamente a missão institucional e os princípios orientadores do IBGE, na medida em que impõe a criação da Fundação IBGE+ como única alternativa às demandas por recursos financeiros para a realização das pesquisas e projetos que compõem nossa agenda de trabalho”, declaram.
A criação da IBGE+ é considerada pivô da crise. Servidores alegam que a Fundação foi desenhada de modo silencioso, sem a participação dos funcionários nas decisões, o que é rebatido por Pochmann.
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