Golpes com Pix chegarão a R$ 11 bilhões até 2028 prevê estudo

A professora Mara Nascimento, de 46 anos, foi surpreendida no ano passado quando notou que havia recebido uma transferência de quase R$ 1.500 via chave pix, sistema de pagamento instantâneo amplamente utilizado no Brasil. Logo em seguida, ela devolveu o valor, mas somente após a transferência ela percebeu o erro. “Fiquei muito chateada, pois na verdade eu fui vítima de golpe. O dinheiro não havia caído na minha conta, mas me apressei e devolvi para um golpista”, contou.

Assim como a professora foi vítima, muitas outras pessoas também deverão ser, pois os golpes financeiros envolvendo o Pix, podem atingir perdas superiores a R$ 11 bilhões nos próximos três anos. A projeção é do relatório Fraude Scamscope, divulgado nesta terça-feira (21/01) pela ACI Worldwide, empresa norte-americana de tecnologia em meios de pagamento. O estudo coloca o Brasil como líder global em fraudes digitais, com projeção de concentrar 25% do total de golpes em seis países analisados.

O levantamento revela que, em 2023, mais de R$ 2,2 bilhões foram desviados de clientes bancários no Brasil, consolidando o Pix como o canal preferido para os criminosos digitais. A agilidade e a inclusão financeira proporcionadas por pagamentos em tempo real têm sido exploradas pelos golpistas, que aproveitam o caráter imediato das transações para movimentar os valores antes que possam ser rastreados. A área total destinada à cafeicultura no país, em 2024, totaliza 2,23 milhões de hectares, sendo 1,88 milhão de hectares com lavouras em produção e 353,6 mil hectares em formação. A produtividade média nacional de café, finalizada em 28,8 scs/ha, é 1,9% abaixo da obtida na safra de 2023.

Liderança
Entre os países estudados, o Brasil lidera com larga vantagem, seguido pelo Reino Unido (R$ 4,9 bilhões) e pela Índia (R$ 3,3 bilhões). Já mercados como Emirados Árabes Unidos (R$ 181 milhões), Estados Unidos (R$ 18,5 milhões) e Austrália (R$ 6,6 milhões) apresentam volumes significativamente menores, refletindo estágios diferentes de adoção e regulamentação de pagamentos digitais.
“Os golpistas têm explorado a popularidade do Pix, principalmente em operações de compra, investimentos e pagamentos antecipados, que juntos representam 60% dos golpes no país”, destaca Vlademir Santos, chefe da divisão brasileira da ACI Worldwide. Ele alerta que o fator psicológico dos consumidores, como pressões de urgência e descontos enganosos, é amplamente utilizado para viabilizar as fraudes.

Educação
Segundo o relatório, a educação dos consumidores é essencial para mitigar as perdas. Nos golpes com pagamentos antecipados, por exemplo, os criminosos enviam solicitações de pagamento que simulam empresas legítimas, mas redirecionam os valores para contas falsas. A promessa de descontos ou a urgência na quitação das cobranças são táticas comuns. “É fundamental que os usuários analisem cuidadosamente as solicitações de pagamento e evitem transferências impulsivas”, reforça Santos, sugerindo que bancos e instituições financeiras intensifiquem campanhas de conscientização. A perspectiva de quintuplicação dos golpes é um alerta para consumidores e instituições financeiras.

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