Conforme o Instituto, até o momento foram retiradas 29 bombonas com 20 litros de agrotóxicos em cada uma. Será necessário pelo menos 145 dias de mergulhos para encontrar os recipientes. Empresa retira 20 litros dos 20 mil de agrotóxicos que caíram no rio Tocantins após queda de ponte
Divulgação/Ibama
A carga de agrotóxicos que estava em carreta que caiu com a ponte Juscelino Kubitschek de Oliveira, entre o Tocantins e o Maranhão, não deverá ser retirada do Rio Tocantins antes do fim de abril deste ano. A informação foi divulgada pelo Instituto Brasileiro de Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) nesta terça-feira (21).
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O acidente aconteceu no dia 22 de dezembro de 2024 e dez veículos, entre carros, motos, caminhonetes e carretas desmoronaram na água junto com o vão central da estrutura. Das 18 vítimas, um homem sobreviveu, 14 pessoas morreram e três ainda estão desaparecidas.
Na época do desabamento da ponte, foi identificado que duas carretas com 76 toneladas ácido sulfúrico e uma com 22 mil litros de defensivos agrícolas estavam no leito do rio.
Conforme o Ibama, as empresas responsáveis pelos produtos perigosos contrataram outras empresas especializadas em emergências químicas para a retirada do material.
Até o dia 9 de janeiro foram retiradas 29 bombonas com 20 litros de agrotóxicos, cada. Entretanto, a partir de 10 de janeiro o trabalho foi suspenso pelo aumento da vazão de água na Usina Hidrelétrica de Estreito.
Esse aumento, inclusive, levou à suspensão dos mergulhos para tentar localizar as três vítimas que estão desaparecidas. Eles são Salmon Alves Santos, de 65 anos, Felipe Giuvannuci Ribeiro, 10 anos (avô e neto), e Gessimar Ferreira da Costa, de 38 anos.
O Ibama afirmou que a profundidade do rio passa de 40 metros. Isso se tornou uma das dificuldades, incluindo a pouca visibilidade para a retirada de todos os recipientes.
Para conseguir retirar todo o material que está no rio, foi estimada a necessidade de 145 dias de mergulhos, segundo indicou o plano de uma das empresas especializadas contratadas para o serviço.
Para que seja possível realizar esses mergulhos de maneira segura, o rio precisa estar em uma vazão de aproximadamente 1.000 m³/s. Mas até o dia 15 de janeiro, a vazão de defluência a jusante da barragem estava em 7.532 m³/s, conforme acompanhamento da Agência Nacional de Águas e Saneamento Básico (ANA).
Nesse cenário, o Ibama espera que as bombonas se desloquem da área do acidente, podendo aparecer em outros pontos do rio. O Consórcio Estreito Energia (Ceste), responsável pelo controle da Usina, foi informado dessa possibilidade, mas explicou ao Instituto que não é possível garantir janelas de mergulhos no período úmido, que se estende até final de abril. Por isso foi preciso suspender os trabalhos de retirada dos agrotóxicos.
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Relembre o colapso da ponte
No desabamento da ponte caíram no rio Tocantins três motos, um carro, duas caminhonetes e quatro caminhões, sendo que dois deles carregavam as cargas perigosas.
Segundo o DNIT, o desabamento ocorreu porque o vão central da ponte cedeu. A causa do colapso ainda está sendo investigada, de acordo com o órgão. A Polícia Federal também abriu uma investigação para apurar a responsabilidade da queda da estrutura.
A ponte foi completamente interditada e os motoristas estão usando rotas alternativas desde o dia da queda.
O momento em que estrutura cedeu foi registrado pelo vereador Elias Junior (Republicanos). Semanas depois do acidente, ele contou em entrevista ao g1, como foram os dias após o colapso e os impactos gerados para toda a população da região. “Foi bem difícil, principalmente bem no início, quando iam chegando os familiares para acompanhar a retirada dos corpos. Então eu que convivi, estive desde o início acompanhando tudo isso, não é fácil. A gente sofre junto com eles e então aqui foi a maior tragédia considerada aqui da nossa cidade”, lamentou o vereador.
No dia 10 de janeiro, foi publicado no Diário Oficial da União a contratação da empresa PIPES Empreendimentos LTDA, no valor de R$ 6.405.001,97, que vai fazer a travessia entre as margens do rio. Segundo o termo, o contrato vale por um ano, contados a partir do dia do acidente, em 22 de dezembro de 2024. Até esta terça-feira (21), as balsas ainda não começaram a operar.
Sobre isso, o DNIT afirmou que os acessos necessários para receber as balsas ainda estão em fase final de execução e que as equipes do Departamento atuam para atender as exigências da Marinha do Brasil para poder iniciar o serviço.
Ponte que desabou entre o Tocantins e o Maranhão
Ana Paula Reihban/TV Anhanguera
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