Primeira parada foi a igreja de Saint Johns. Trump chegou acompanhado da esposa, Melania Trump, se sentou na primeira fileira com ela, o vice-presidente eleito, J.D. Vance, e a esposa dele, Usha Vance. O que chamou a atenção dentro foi a presença em destaque dos donos de grandes empresas de tecnologia. Donald Trump toma posse nos Estados Unidos
Jornal Nacional
Donald Trump está de volta à presidência dos Estados Unidos. No discurso de posse, anunciou o começo de uma era de ouro e prometeu restaurar a grandeza da América – que foi mote das campanhas eleitorais do ano passado e de dois mil e dezesseis.
Às 10h40 da manhã, pelo horário de brasília, Donald Trump deixou a Blair House, a casa de hóspedes do presidente dos Estados Unidos.
A primeira parada foi a igreja de Saint Johns. Trump chegou acompanhado da esposa, Melania Trump, e se sentou na primeira fileira com ela, o vice-presidente eleito, J.D. Vance, e a esposa dele, Usha Vance.
Enquanto isso, Joe Biden fazia a última reunião como presidente com a vice Kamala Harris. Kamala e o marido, Douglas Emhoff, receberam o vice-presidente eleito e a esposa dele.
Até que Donald Trump chegou à casa branca e foi recebido pelo casal Biden. Quando perdeu a tentativa de reeleição, em 2020, Donald Trump se recusou a receber Biden e não compareceu à cerimônia de posse.
Dessa vez, eles tomaram um chá, que marca a passagem de bastão – faz parte do protocolo –, e seguiram juntos, no mesmo carro, em direção ao capitólio, sede do congresso americano.
Por tradição, a cerimônia é realizada do lado de fora. Mas, por causa do frio em Washington hoje, foi feita dentro de um dos prédios mais famosos da capital americana.
Estavam presentes todos os ex-presidentes americanos vivos: Bill Clinton, acompanhado da mulher, Hillary Clinton, que perdeu as eleições para Trump em 2016, George W. Bush com Laura Bush, e Barack Obama – a esposa dele, Michelle, não compareceu à cerimônia.
O que chamou a atenção dentro foi a presença em destaque dos donos de grandes empresas de tecnologia americanas:
Mark Zuckerberg, fundador da meta, dona do Facebook, Instagram e Whatsapp;
Jeff Bezos, dono da Amazon e do jornal Washington Post;
Sundar Pichai, chefe do Google;
Elon Musk, dono da rede social x e da empresa de foguetes Spacex, e que também tem lugar no governo de Trump com a missão de cortar gastos públicos;
e Tim Cook, o C.E.O da Apple, que faz o iPhone.
Também estavam presentes na posse o C.E.O da rede social Tik Tok, Shou Zi Chew; e
Sam Altman, fundador da Open AI, uma das maiores empresas de inteligência artificial.
Discurso durante a posse
O primeiro a fazer o juramento foi o novo vice-presidente dos Estados Unidos, J.D. Vance – aos 40 anos, é o terceiro vice-presidente mais jovem da história.
Logo depois, foi a vez de Donald Trump, que prometeu lealdade à constituição dos Estados Unidos.
Em seguida, fez o primeiro discurso do novo mandato, que durou 30 minutos. Trump defendeu que começa agora a era de ouro dos Estados Unidos.
“A era do ouro começa agora mesmo. De hoje em diante, nosso país vai florescer e vai ser respeitado de novo, no mundo inteiro. Todas as nações vão nos invejar e não vamos mais permitir que tirem vantagem de nós. Em todos os dias do governo Trump, vou colocar os Estados Unidos em primeiro lugar”.
Criticou o governo de Joe Biden, que estava ao lado dele.
“Por muitos anos, radicais e corruptos tiraram o poder e a riqueza dos nossos cidadãos enquanto os pilares da nossa cidade rachava e eram abandonados às traças”.
Assinatura de decretos
Trump disse que a partir daquele momento, acabava o declínio americano e anunciou que hoje mesmo assinaria decretos que chamou de históricos.
“Primeiro, vou declarar uma emergência nacional na nossa fronteira sul. Todas as travessias ilegais vão parar e vamos começar o processo de devolver milhões e milhões de estrangeiros criminosos de volta para os lugares de onde saíram. Vamos reinstituir a minha política ‘fiquem no México’. E vou enviar soldados para a fronteira sul para repelir a invasão desastrosa do nosso país”.
Trump ainda alegou que muitos imigrantes que entraram no país pela fronteira com o México vieram de prisões e clínicas psiquiátricas. Um mantra que repetiu ao longo da campanha – sem nunca apresentar provas.
Trump afirmou que vai fazer o que for preciso para combater a inflação. Garantiu que vai reduzir o preço dos combustíveis, para isso vai declarar crise de emergência energética e abrir novos poços de petróleo, que ele chamou de ouro líquido.
“Os EUA serão uma nação industrial mais uma vez e teremos algo que nenhuma outra nação industrial jamais terá: a maior reserva de petróleo e gás de qualquer país na Terra. E vamos usá-la. Vamos usá-la”.
Trump disse que o governo vai acabar com o pacote de políticas para combater mudanças climáticas e não vai mais estimular a compra de carros elétricos.
“Em outras palavras, você vai poder comprar o carro que quiser”.
Anunciou que vai cortar os impostos dos americanos taxando os outros países.
“Vou começar imediatamente uma varredura do nosso sistema comercial para proteger trabalhadores e famílias americanos. Em vez de taxar os nossos cidadãos para enriquecer outros país e, vamos aplicar tarifas e taxas outros países para enriquecer os nossos cidadãos”.
O novo presidente também sinalizou que vai enfraquecer iniciativas de inclusão e não vai defender os direitos dos transexuais.
“Vamos criar uma sociedade que não vê a cor das pessoas e que seja baseada no mérito. A partir de hoje, a política oficial do governo dos Estados Unidos diz que só existem dois gêneros: o masculino e o feminino”.
Trump prometeu ser um pacificador e unir o país e o mundo. Lembrou dos reféns israelenses soltos pelo grupo terrorista Hamas como parte do acordo de cessar-fogo negociado pelos Estados Unidos.
“Fico satisfeito em dizer que, ontem, um dia antes de eu tomar posse, os reféns no Oriente Médio começaram a voltar para casa, para suas famílias”.
Foi o único momento em que Joe Biden e Kamala Harris se levantaram para aplaudir. Se olharam enquanto Trump trazia pra si os créditos de um esforço conjunto das duas equipes, do governo que acabava e do governo que chegava.
Trump prometeu trocar o nome do Golfo do México para Golfo da América e mais uma vez disse que o canal do Panamá deveria voltar para a mão dos americanos.
Afirmou que a China controla o canal e que os americanos pagam mais caro para usar a rota.
“Não demos o canal para a China, demos para o Panamá e vamos tomá-lo de volta”.
Uma empresa com sede em Hong Kong administra dois portos nas entradas do canal. Especialistas dizem que a companhia poderia ter acesso a toda informação do vaivém dos navios – a grande maioria americanos.
Mas segundo a autoridade do canal do Panamá, os navios dos Estados Unidos pagam as mesmas taxas de trânsito que os de qualquer outro país.
Trump terminou o discurso reforçando que os Estados Unidos reassumiriam a liderança global.
“Seremos prósperos, seremos orgulhosos, seremos fortes. E vamos vencer como nunca. Não seremos conquistados, não seremos intimidados e não seremos abalados e não vamos falhar. Deste dia em diante, os Estados Unidos da América serão uma nação livre, soberana e independente. Vamos com bravura, vamos viver com orgulho, vamos sonhar com ousadia e nada vai ficar no nosso caminho porque somos americanos. O futuro é nosso. A nossa era de ouro acaba de começar.”
Donald Trump é o primeiro presidente americano em 130 anos a deixar a Casa Branca, passar um tempo fora e voltar a morar aqui. Ele volta ainda mais fortalecido, cercado dos maiores empresários americanos, que prometem que vão fazer valer a vontade dos Estados Unidos no mundo.
Depois, Trump fez um outro discurso para apoiadores ainda no capitólio, repetiu a tese infundada de que houve fraude na eleição de 2020, que ele perdeu. Também disse que vai acabar de construir o muro para separar os Estados Unidos do México, e que vai fazê-lo rapidamente.
Empossado, Trump assinou as nomeações do gabinete de governo dele, em uma sala dedicada aos presidentes – que fica dentro do congresso americano. E, ainda no capitólio, participou de um almoço com deputados, senadores e convidados.
Socorristas de Butler
Sem sair da sede do congresso americano, foi a outra solenidade – desta vez, para fazer a inspeção das tropas e receber as primeiras honras militares como presidente neste mandato. Nessa cerimônia, participaram socorristas de Butler, a cidade onde Donald Trump sofreu um atentado a tiros em julho, em um evento de campanha.