O verão do mosquito: La Niña e a explosão de casos de dengue

No Brasil, doenças como a dengue são significativamente afetadas pelas condições climáticas. O mosquito Aedes aegypti, vetor da dengue, se prolifera especialmente durante períodos de calor e alta umidade. Estas características climáticas são comumente exacerbadas pelos fenômenos climáticos globais conhecidos como El Niño e La Niña.

O El Niño é frequentemente associado ao aumento de chuvas e temperaturas elevadas, especialmente nas regiões Sul e Sudeste do Brasil, criando um ambiente propício para a proliferação do mosquito. Por outro lado, o La Niña tende a fazer o oposto, diminuindo as chuvas e suavizando as temperaturas nessas regiões. No entanto, o impacto desses fenômenos sobre os casos de dengue não é linear ou facilmente previsível.

Qual é o padrão no comportamento dos casos de dengue?

A análise dos dados dos últimos 15 anos revela que, de forma geral, o El Niño está correlacionado com um aumento nos casos de dengue devido ao aumento da temperatura e das chuvas. Entretanto, a relação com o fenômeno La Niña é menos clara. Há anos em que o número de casos de dengue foi elevado durante o La Niña, contrariando a expectativa de redução por conta do clima menos favorável ao mosquito.

Alguns anos, como 2011, 2022 e 2023, apresentaram altos índices de casos mesmo durante La Niña, enquanto outros, como 2012, 2017 e 2018, registraram uma diminuição. Isso demonstra que existem outros fatores que influenciam os casos de dengue além do clima, como a disseminação de sorotipos específicos do vírus.

O que esperar dos casos de dengue em 2025?

Embora o clima seja um fator relevante, não é o único que determina o número de casos de dengue. A presença de diferentes sorotipos do vírus, por exemplo, também desempenha um papel crucial. Após um hiato de 17 anos, o sorotipo 3 do vírus da dengue voltou ao Brasil, aumentando a suscetibilidade da população, que na maioria não possui imunidade contra essa variante.

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Cidade com tempo fechado – Créditos: depositphotos.com / jcsmilly

O governo brasileiro prevê que 2025 pode registrar um número significativo de casos, potencialmente superando marcas anteriores, mesmo sob a influência do La Niña, que em teoria, deveria minimizar esses números. O exemplo dos anos anteriores, onde houve alta incidência de casos mesmo durante períodos de La Niña, justifica essa preocupação.

Quais medidas preventivas podem ser adotadas?

Diante de um cenário de possível aumento nos casos de dengue, a prevenção se torna essencial. Apesar da expectativa de uma vacina eficiente, ela ainda não estará amplamente disponível em 2025. Portanto, medidas como campanhas de conscientização para a eliminação de focos do mosquito, além de vigilância epidemiológica intensificada, são cruciais.

É vital que a população e os órgãos de saúde estejam alertas para não apenas fazer o controle dos criadouros do mosquito, mas também para promover a busca por atendimento médico imediato nos casos suspeitos, evitando complicações graves. Medidas educativas e práticas devem ser reforçadas para lidar efetivamente com os desafios que as mudanças climáticas e novos sorotipos apresentam.

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