A ata do Federal Reserve (Fed), indicou que a maioria dos membros do Comitê Federal de Mercado Aberto (Fomc, na sigla em inglês) está propensa a um corte na reunião de setembro. O documento reafirmou que a inflação segue no caminho para retornar à meta de 2% ao ano.
Segundo o documento, os dados recentes elevaram a confiança de que o processo de desinflação continuará nos próximos meses, apoiado por fatores como o declínio do poder de precificação das empresas e o reequilíbrio do mercado de trabalho.
Corte apropriado em setembro
Grande parte do colegiado acredita que haverá um corte, caso os dados econômicos sigam dentro do esperado. “A grande maioria dos membros observou que, se os dados continuassem a ser esperados, seria apropriado flexibilizar a política na próxima reunião”, mostra a ata do Fed.
Parte dos membros considera que o progresso na inflação, combinado com o aumento na taxa de desemprego, poderia justificar uma redução de 0,25%. No entanto, os dirigentes destacaram a importância de continuar a depender dos dados econômicos antes de tomar uma decisão definitiva.
O relatório também cita que as expectativas inflacionárias da equipe foram ligeiramente revisadas para baixo em relação à reunião anterior, refletindo os novos dados recebidos. A projeção do Fed é que a inflação, medida pelo índice de preços dos gastos com consumo pessoal (PCE), continue a desacelerar gradualmente nos próximos meses, alcançando a meta de 2% até 2026.
“Os membros julgaram que dados recentes aumentaram sua confiança de que a inflação estava se movendo de forma sustentável para 2%. Quase todos os participantes observaram que os fatores que contribuíram para a recente desinflação provavelmente irão se manter nos próximos meses”, diz o documento.
Apostas sobre corte se consolidam após ata do Fed
A consultoria Capital Economics prevê um corte de 25 pontos-base na próxima reunião, mas reconhece que uma deterioração adicional no relatório de emprego de agosto e sinais mais claros de enfraquecimento da economia poderiam abrir espaço para uma redução mais agressiva, de até 50 pontos-base. A instituição observa que a elevação da taxa de desemprego em julho reflete fatores temporários, que devem ser revertidos em breve.
Segundo o relatório, para ocorrer um corte maior, seria necessário um novo enfraquecimento significativo no mercado de trabalho e sinais mais concretos de desaceleração econômica.
Crescimento econômico sólido, mas com moderação
Os dirigentes do Fed também destacaram que o crescimento real do Produto Interno Bruto (PIB) dos Estados Unidos no primeiro semestre de 2024 foi sólido, embora em ritmo mais lento do que o observado no final do ano passado. O documento menciona que o crescimento das compras finais domésticas do setor privado (PDFP, na sigla em inglês), um indicador mais preciso do que o PIB, também moderou no período, mas em menor intensidade.
O consumo das famílias e o investimento das empresas continuaram a apoiar o crescimento econômico, mas os dirigentes observaram que a moderação da atividade está alinhada com o esperado. Ainda assim, os riscos para o mercado de trabalho aumentaram, com alguns membros do Fed preocupados com a possibilidade de que o enfraquecimento no emprego possa se transformar em uma deterioração mais severa.
*Com informações da agência de notícias CMA e Broadcast.
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