Líderes mundiais celebram acordo de cessar-fogo na Faixa de Gaza

Líderes globais se manifestaram sobre o acordo de cessar-fogo entre Israel e Hamas anunciado nessa quarta-feira (15). Negociado com a participação do Qatar, o acordo prevê a troca de reféns e prisioneiros em diferentes etapas. O pacto envolve ainda a desocupação gradual da Faixa de Gaza por parte das tropas israelenses.

A primeira fase durará cerca de seis semanas. Em comunicado divulgado pela Casa Branca, o presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, anunciou também que o acordo deve incluir o cessar-fogo completo e a liberação de reféns israelenses mantidos pelo Hamas.
“Tenho orgulho de dizer que os americanos farão parte dessa libertação de reféns”, disse Biden. O presidente eleito dos EUA, Donald Trump, celebrou o acordo e tentou reivindicar o sucesso para si. “Minha administração vai buscar a paz”, afirmou. Trump escreveu que negociará acordos para “garantir a segurança de todos os americanos e nossos aliados”, e que está contente com o retorno de reféns israelenses e americanos para casa.
A presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, vê esperança para a região. “Ambas as partes devem implementar integralmente este acordo, como um trampolim para uma estabilidade duradoura na região e uma resolução diplomática do conflito.”

O chanceler alemão, Olaf Scholz, pediu que o acordo seja “implementado à risca” e cobrou a libertação de todos os reféns e a entrega dos restos mortais às famílias. “Este cessar-fogo abre a porta a um fim definitivo da guerra e à melhoria da má situação humanitária em Gaza”, declarou nas redes sociais.
O primeiro-ministro da Espanha, Pedro Sánchez, vê passo para a paz e saudou o acordo com a “esperança” de que o conflito acabe. “Este acordo é crucial para alcançar a estabilidade regional. Representa um passo indispensável no caminho para a solução de dois Estados e uma paz justa que respeite o direito internacional”, disse.

“Ótima notícia para a humanidade”, afirmou o presidente da Colômbia, Gustavo Petro. Ele informou que o país estará à disposição para o envio de equipes médicas até Gaza. “A paz em Gaza está prestes a ser alcançada.”
O acordo contradiz a promessa do primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, que reiterou, diversas vezes, desde o início do conflito, que os ataques em Gaza acabariam somente quando o Hamas fosse aniquilado.

A ONU acionou ajuda humanitária e ordenou que dezenas de caminhões se preparassem para entrar em Gaza. Além de conviver com constantes bombardeios e deslocamentos forçados, os civis da região foram afetados pela fome e pelo frio.
A crise começou quando, em 7 de outubro de 2023, o Hamas atacou Israel, no ato que gerou 1,3 mil mortos. A resposta por parte dos israelenses levou entidades como Anistia Internacional a denunciar genocídio em Gaza.

“Não os abraçamos há 467 dias”, divulgou Israel. O governo israelense compartilhou nas redes sociais a foto dos reféns que ainda restam e afirmou que não descansará até que estejam em casa os “98 de nossos irmãos, irmãs, filhas, filhos, mães, pais e avós”.
Em troca, centenas de prisioneiros palestinos também devem ser soltos. Se tudo correr conforme combinado no acordo, os negociadores começarão a conversar sobre a libertação dos civis e soldados restantes, bem como dos corpos dos reféns mortos, como parte de um pacote de medidas para encerrar o conflito.

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