Setor de serviços tem avanço tímido no ano; turismo é destaque

O setor de serviços no Ceará enfrentou um recuo de 1,5% no volume de serviços em novembro de 2024, marcando uma retração em relação ao patamar de outubro. Apesar disso, o cenário apresenta nuances positivas: na comparação com novembro de 2023, houve um crescimento de 1,8%, com variações acumuladas no ano, e nos últimos 12 meses registrou alta de 1,0% e 0,7%, respectivamente.

Entre os segmentos, destacaram-se os Serviços prestados às famílias, que tiveram um aumento expressivo de 9,3% no volume, impulsionados por setores como alimentação fora do lar e lazer. Em contrapartida, os Serviços profissionais, administrativos e complementares sofreram uma queda significativa de 8,6%, refletindo possíveis ajustes na demanda corporativa e nos contratos administrativos.

A receita nominal do setor de serviços acompanhou o comportamento do volume, registrando uma leve queda de 0,6% em novembro frente a outubro. No entanto, os resultados no comparativo anual foram mais robustos: 4,7% em novembro, 5,7% no acumulado do ano e 5,4% nos últimos 12 meses.
Os Serviços prestados às famílias lideraram o desempenho, com um crescimento notável de 16,0% na receita nominal, seguidos por Outros serviços (11,0%) e Serviços de informação e comunicação (10,9%). Entre os destaques negativos, os Serviços profissionais, administrativos e complementares apresentaram queda de 3,6%, reforçando o impacto desigual entre os setores.

Turismo
O segmento de atividades turísticas, essencial para a economia cearense, também sofreu impacto em novembro de 2024. Após um expressivo crescimento de 10,5% em outubro, o índice de volume de atividades turísticas registrou queda de 3,7%. A variação das receitas, no entanto, foi positiva em 2,3%, embora em ritmo inferior ao registrado no mês anterior (5,0%).

No cenário nacional, o Ceará acompanhou o movimento de retração observado em 11 das 16 unidades da federação pesquisadas. Destaque negativo para o Pará, que registrou a maior queda no índice de volume (-6,9%), enquanto o Rio Grande do Sul liderou as variações positivas, com um aumento de 6,6%.
Na avaliação do vice-presidente do Conselho Regional de Economia do Ceará (Corecon-CE), Anderson Passos Bezerra, alguns pontos precisam ser considerados, como o peso da capital na estrutura econômica do estado. “Só Fortaleza representa 37,78% do PIB estadual. O setor de serviços, por sua vez, passa dos 70%. Na distribuição desse indicador, temos atividades que predominam, que são o comércio varejista, alimentação e atividades de beleza, que concentram a maior parte. A inflação ligada a esses subconjuntos é alta. Só alimentos aumentaram mais de 7%, saúde 6,76% e transporte 5,06%. Todos maiores que a média da inflação. São setores que pesam na vida do consumidor comum, o que reduz a renda para essas despesas puxadas pelos serviços. Creio que esses são fatores que influenciaram essa queda”, disse

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