Cercado de bajuladores e encomiastas, essa nuvem de gafanhotos que envolve os poderosos [de plantão] desde que o mundo é mundo, o prefeito Evandro Leitão e o governador Elmano de Freitas foram comer uma “panelinha” no vetusto Mercado São Sebastião, aquele ícone da arquitetura pública “Neoesquisita” e “Neoestranha” praticada no nosso Ceará velho de guerra.
Depois, o prefeito, metido em um colete laranja, tipo aqueles usados pelos operosos servidores da Defesa Civil, disse orgulhoso, transbordando garra, no “X”: “Pessoal, bati um papo com um grupo de entregadores de serviços por aplicativo na manhã de hoje, sobre compromissos que firmamos com a categoria na nossa campanha, como a criação das Paradinhas e a redução de 50% no valor do IPVA para motocicletas de até 160 cilindradas. Vem ver!”
Parabéns, ilustre prefeito Evandro Leitão – e aproveito para desejar-lhe sucesso nessa difícil tarefa de governar Fortaleza, uma cidade conhecida por ser muito… mas muito mal administrada por prefeitos de todos os campos políticos e ideológicos… uma lástima! – , mas é preciso ver o outro lado da questão: os motoqueiros [e ciclistas] de aplicativo são pessoas que não respeitam as regras do trânsito civilizado: andam na contramão, andam sobre calçadas; andam nas ciclofaixas; insultam os motoristas… é uma situação grotesca e perigosa, só não vê quem não quer ou acha que seu futuro eleitoral está nas mãos de uma “categoria” cada vez mais antipatizada pela população fortalezense, minoritária, e que é vendida como vítima apenas por demagogos oportunistas, que se dizem advogados dos pobres e oprimidos quando, na verdade, estão vendendo o voto dessa gente para os tubarões da casta-elite que nós conhecemos bem.
Vamos lembrar aqui que, [1] de acordo com o DataSUS, Departamento de Informática do SUS, 119.735 condutores de motos morreram entre os anos de 2012 e 2021, a primeira década de ações para a redução de mortos e feridos no trânsito, estipulada pela ONU; [2] de acordo com dados da PRF (Polícia Rodoviária Federal), em 2023, 28.245 motociclistas ficaram feridos, sendo que 8.253 em estado grave. É uma média de 77 feridos por dia nas rodovias federais. Por isso é importante que cada condutor faça a sua parte no trânsito, com empatia, atenção e respeito às leis.
Concluo a coluna com uma sugestão: edite e distribua, senhor prefeito, com os motoqueiros e ciclistas, uma cartilha com o CÓDIGO NACIONAL DE TRÂNSITO. Pode ser que tenhamos [em Fortaleza] um ganho civilizacional.
Avante!
FERNANDO MAGALHÃES
ASS. TÉC. DA ALECE
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