Inflação dos Alimentos: Carne bovina registra alta de 20,4%, maior alta desde 2020

A Inflação dos Alimentos segue como um dos principais desafios econômicos de 2025, impulsionada por altas expressivas nas proteínas, como carnes, além de commodities como café, açúcar e óleo de soja. Enquanto itens básicos da cesta de consumo apresentam variações importantes, fatores como o câmbio e o clima também influenciam diretamente o comportamento dos preços. O impacto não se restringe ao Brasil, mas reflete um movimento global que pressiona o custo de vida e desafia as políticas econômicas.


Impacto das Proteínas e Outras Commodities

O mercado de proteínas é um dos maiores responsáveis pela Inflação dos Alimento no Brasil. Gabriela Faria, economista da Tendências Consultoria, aponta que as carnes terão o maior impacto inflacionário neste ano:

“A inflação será impulsionada pelo aumento expressivo dos preços das carnes, estimado em pelo menos 16,6% no valor pago ao produtor, com repasse inevitável ao consumidor.”

Além da carne bovina, outros produtos, como o café e o açúcar, também devem contribuir significativamente para o aumento de preços. O Brasil, sendo um dos maiores exportadores mundiais dessas commodities, enfrenta desafios em manter os estoques internos competitivos. Enquanto isso, produtos como milho e soja apresentam projeções de estabilidade, com impacto neutro na inflação.

Outro fator relevante é o mercado de leite e derivados. O segmento, que já acumula alta desde 2024, deve continuar pressionado devido ao aumento dos custos de produção e ao cenário climático instável.

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Projeções para a Inflação dos Alimentos em 2025

As projeções da Tendências Consultoria apontam que o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) de alimentos pode subir 6,2% em 2025, após uma alta de 9,1% em 2024. Embora o índice geral possa ser menor em relação ao ano anterior, o viés de alta permanece, especialmente em itens básicos, como óleo de soja e leite.

Frutas, hortaliças e verduras também estão na lista de produtos com maior suscetibilidade a variações de preços, em grande parte devido às condições climáticas adversas. As lavouras foram severamente impactadas pela seca histórica de 2024, e a recuperação dependerá do volume de chuvas nos primeiros meses deste ano.


Chuvas e Pressões Climáticas

As condições climáticas são um dos principais fatores que influenciam os preços dos alimentos. Segundo Cesar de Castro Alves, gerente da consultoria agro do Itaú BBA, a quantidade de chuvas nos próximos dois meses será decisiva para a produção de hortifrútis:

“Se as chuvas não forem suficientes para recuperar as perdas das lavouras, podemos ter aumentos momentâneos nos preços de frutas, legumes e verduras.”

Outro produto que deve sentir os efeitos climáticos é o café. Apesar de alguns repasses já feitos ao varejo, novas máximas históricas podem ocorrer em 2025 devido à instabilidade climática nas regiões produtoras.

Além disso, a seca e as enchentes registradas em 2024 podem continuar influenciando a produção de commodities importantes, como trigo e arroz. Enquanto o trigo depende das importações e da cotação do dólar, o arroz e o feijão apresentam uma produção mais estável, com expectativa de recuperação neste ano.


O Papel do Câmbio na Inflação dos Alimento

A valorização do dólar é um fator crucial para a Inflação dos Alimento no Brasil. Quando a moeda americana se mantém acima de R$ 6,00, produtos importados, como trigo e insumos agropecuários, tornam-se mais caros, elevando o custo de produção e os preços finais. José Carlos Hausknecht, sócio-diretor da MB Agro, explica:

“Se o dólar se mantiver em patamares elevados, a pressão sobre a inflação dos Alimento será maior, exigindo uma política monetária mais restritiva.”

Além disso, a incerteza sobre as medidas fiscais e econômicas do governo contribui para a volatilidade cambial. Sem uma política fiscal clara, o mercado se torna mais sensível às variações, amplificando os efeitos da alta nos preços das commodities agrícolas.

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Preço da Carne Bovina: Maior Alta em Quatro Anos

O preço da carne bovina no Brasil teve um aumento médio de 20,4% em 2024, a maior alta desde 2020, quando o aumento foi de 17%. Segundo o IBGE, essa elevação foi provocada por uma combinação de fatores, como:

  1. Redução do Rebanho: Pelo segundo ano consecutivo, houve queda no número de cabeças de gado, reduzindo a oferta no mercado interno.
  2. Aumento das Exportações: A retomada das compras pela China, após suspensões em 2023, pressionou o mercado interno e elevou os preços.
  3. Crescimento dos Custos de Produção: O encarecimento de rações e insumos agropecuários impactou o custo final da carne bovina.

Cortes nobres, como picanha e filé-mignon, e cortes populares, como acém e patinho, registraram altas expressivas, dificultando o acesso das famílias brasileiras ao consumo de carne vermelha.

Corte Variação em 2024 (%)
Picanha +8,7%
Filé-mignon +18,5%
Acém +25,2%
Patinho +24,1%

Esse cenário reforça o impacto da Inflação dos Alimentos no orçamento das famílias, que têm optado por substituições, como frango e ovos, para equilibrar os gastos.


Impacto no Consumo das Famílias

A alta nos preços da carne bovina e de outros alimentos básicos afeta diretamente o custo de vida das famílias brasileiras. Com a inflação pressionando a renda, muitos consumidores têm buscado alternativas mais acessíveis, como proteínas de origem vegetal e cortes de frango.

Embora essas opções também tenham registrado aumentos, os percentuais ainda são menores do que os das carnes bovinas. Essa mudança de hábitos reflete um cenário econômico desafiador, em que as famílias precisam reorganizar seus orçamentos para enfrentar a alta nos preços.

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Cenário para 2025: Desafios e Perspectivas

O panorama para 2025 é de alerta para economistas e consumidores. A Inflação dos Alimento deve permanecer elevada, com grandes chances de superar as expectativas iniciais, caso as condições climáticas e cambiais não se estabilizem.

As políticas econômicas do governo terão um papel crucial no combate à inflação. Investimentos em infraestrutura agrícola, incentivos à produção nacional e medidas para reduzir a dependência de importações podem ser essenciais para conter a pressão inflacionária.

Além disso, a expectativa é de que medidas de política monetária, como ajustes na taxa de juros, continuem a ser adotadas para frear a alta nos preços. No entanto, o sucesso dessas ações dependerá da capacidade de o governo criar um ambiente econômico mais estável e previsível.

 

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