CPI: Inflação dos EUA sobe 0,4% em dezembro e fecha 2024 a 2,9%

A Inflação dos EUA, medida pelo Índice de Preços ao Consumidor (CPI), fechou o ano de 2024 em 2,9%, com uma alta mensal de 0,4% em dezembro, segundo dados divulgados pelo Departamento do Trabalho nesta quarta-feira (15).  Apesar do núcleo do CPI — que exclui itens voláteis como alimentos e energia — ter subido 0,2% no mês e acumulado 3,2% ao ano, o índice geral aponta uma pressão contínua, refletindo as mudanças recentes na política econômica norte-americana.


O Contexto da Inflação dos EUA no Fim de 2024

A inflação nos Estados Unidos é um dos principais termômetros da economia global. Com a taxa de 2,9% ao ano, o país mantém um ritmo de elevação que exige atenção do Federal Reserve (Fed). O aumento de 0,4% em dezembro marcou o terceiro mês consecutivo de alta, influenciado, em grande parte, pelo aumento de preços em setores como serviços, habitação e itens relacionados ao consumo doméstico.

Este cenário contrasta com a política de combate à inflação implementada ao longo de 2024, marcada por sucessivos cortes na taxa de juros.


O Impacto do Retorno de Donald Trump à Presidência

O retorno de Donald Trump à Casa Branca promete influenciar diretamente a inflação dos EUA. Conhecido por suas políticas protecionistas, como a imposição de tarifas sobre produtos importados, Trump já sinalizou medidas de incentivo à produção interna e restrições à imigração, o que pode reduzir a oferta de mão de obra e aumentar os custos de produção.

Especialistas indicam que essas políticas tendem a impulsionar a inflação, dificultando o planejamento do Federal Reserve em relação ao controle dos juros.


Mercado de Trabalho e Inflação

O relatório de empregos (“payroll”) de dezembro revelou a criação de 256 mil novas vagas, reforçando a ideia de que o mercado de trabalho norte-americano segue aquecido. Esse cenário contribui para o aumento da pressão inflacionária, pois salários em alta geram mais poder de compra e, consequentemente, maior demanda por bens e serviços.

Jerome Powell, presidente do Fed, destacou recentemente que a incerteza política também é um fator que pode influenciar as decisões da autoridade monetária.


Expectativas do Federal Reserve para 2025

Antes da divulgação do CPI, o mercado financeiro já esperava a manutenção da taxa básica de juros na próxima reunião do Fed em janeiro. A ferramenta CME FedWatch indicava que 97,3% dos investidores acreditavam na manutenção dos juros, enquanto apenas 2,7% apostavam em um aumento de 0,25 ponto percentual.

No entanto, a Inflação dos EUA em dezembro reforça a possibilidade de que o Fed adote uma postura mais cautelosa e considere uma nova pausa nos cortes de juros ao longo de 2025.


O Papel do CPI na Política Monetária

Embora o CPI não seja o índice inflacionário preferido do Federal Reserve — que utiliza o Índice de Despesas de Consumo Pessoal (PCE) para guiar suas decisões —, ele ainda é amplamente monitorado pelo mercado e pelo banco central por refletir diretamente o custo de vida da população.

Com a inflação de alimentos e energia ainda volátil, a análise do núcleo do CPI ganha ainda mais relevância. O indicador mostrou uma leve desaceleração anual, fechando 2024 em 3,2%, abaixo das projeções de 3,3%.


Desafios para a Economia em 2025

A expectativa para 2025 é de que a inflação continue sendo um desafio para os formuladores de políticas econômicas. Caso as medidas de estímulo sejam retomadas pelo novo governo, o mercado pode observar um cenário de aumento de preços, forçando o Fed a manter os juros altos por mais tempo do que o previsto.

Além disso, o crescimento econômico global ainda enfrenta riscos relacionados a desacelerações em grandes economias, como a China, e incertezas políticas que podem influenciar o comércio exterior.


Monitoramento Contínuo e Decisões Cruciais

Com a inflação dos EUA fechando 2024 em 2,9% e a possibilidade de uma política econômica mais protecionista em 2025, o Federal Reserve se encontra em um momento crítico. O cenário requer decisões equilibradas para evitar que o aumento do consumo, impulsionado pelo mercado de trabalho forte, intensifique ainda mais a inflação.

Enquanto isso, os investidores devem acompanhar de perto os próximos movimentos do banco central e o impacto das novas políticas do governo Trump para ajustar suas estratégias de investimento e mitigar os riscos em um ambiente econômico volátil.

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