A China encerrou 2024 com um superávit comercial próximo de US$ 1 trilhão, puxado pelo forte desempenho das exportações do país. As exportações chinesas superaram pela primeira vez os 25 trilhões de yuans (cerca de US$ 3,58 trilhões), um aumento anual de 7,1%, enquanto as importações, totalizaram 18,39 trilhões de yuans (cerca de US$ 2,59 trilhões), alta de 2,3%.
Considerando os dados de dezembro, as exportações da China cresceram 10,7% na comparação anual, segundo dados da Administração Geral de Alfândegas do país (Gacc), acelerando o nível atingido em novembro (6,7%) e superando a expectativa de analistas consultados pela Dow Jones Newswires (7,4%).
As importações também mostraram recuperação, avançando 1% em dezembro ante o mesmo mês de 2023. Em novembro, o indicador havia registrado queda de 3,9%. Analistas esperavam um recuo de 1,2%.
Com esse desempenho, o superávit comercial da China somou US$ 104,84 bilhões em dezembro, acima dos US$ 97,44 bilhões de novembro e também acima da previsão do mercado, de US$ 99,75 bilhões.
Recorde nas importações de soja
Em dezembro, a China importou 7,94 milhões de toneladas de soja, um aumento de 11% em relação a novembro, mas 19% abaixo do volume registrado em dezembro de 2023. O valor das compras foi de US$ 3,72 bilhões.
No acumulado de 2024, as importações de soja chegaram a 105,03 milhões de toneladas, crescimento de 6,5% na comparação anual e um novo recorde, superando os 100,33 milhões de toneladas de 2020.
Outros destaques incluem:
- Óleos vegetais comestíveis: 701 mil toneladas importadas em dezembro (+40,8% ante novembro), com total de 7,162 milhões de toneladas no ano (-26,8% em relação a 2023).
- Carnes e miúdos: 611 mil toneladas em dezembro (+5,2% ante novembro e +7,95% na comparação anual). No acumulado do ano, as importações somaram 6,666 milhões de toneladas (-9,7% em relação a 2023).
- Fertilizantes: 1,503 milhão de toneladas em dezembro (+32,4% ante novembro e +6,6% na comparação anual). O total de 2024 foi de 14,11 milhões de toneladas (+7,8% em relação a 2023).
Impacto nas bolsas asiáticas
Os dados positivos de exportação e superávit comercial influenciaram as bolsas asiáticas, mas de forma moderada. Na China continental, o índice Xangai Composto caiu 0,25%, para 3.160,76 pontos, enquanto o Shenzhen Composto subiu 0,1%, para 1.838,46 pontos.
Economistas apontam que, embora os resultados comerciais sejam robustos, há incertezas em relação à economia chinesa, especialmente com a posse iminente de Donald Trump como presidente dos Estados Unidos. Trump já sinalizou aumento de tarifas para produtos chineses, o que pode impactar as exportações no médio prazo.
Projeções para os próximos meses
De acordo com a consultoria Capital Economics, o desempenho das exportações chinesas deve permanecer positivo nos próximos meses, com importadores americanos acelerando compras antes de novas tarifas. No entanto, espera-se enfraquecimento nas vendas externas ao longo de 2025.
As importações de commodities industriais, impulsionadas por maiores gastos fiscais na China, também devem crescer no curto prazo, beneficiando setores como o de construção civil.
O post China bate recorde e superávit comercial fica próximo de US$ 1 trilhão em 2024 apareceu primeiro em Monitor do Mercado.