Bolsa brasileira começa 2025 com o pé esquerdo

O ano mal começou e as incertezas já são maiores do que as perspectivas de melhora. Em apenas 10 dias em 2025, a Bolsa brasileira já enfrenta fortes preocupações globais ligadas aos Estados Unidos e à China, ao mesmo tempo em que sofre com o cenário fiscal.

No novo episódio do Ligando os Pontos, Marcos de Vasconcellos, CEO do Monitor do Mercado, faz uma análise do Brasil, China e Estados Unidos para te contextualizar sobre tudo que acontece no mundo dos investimentos.

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Problema fiscal no Brasil

No Brasil, o governo segue enfrentando críticas pela falta de controle sobre os gastos públicos. O descontrole com o cumprimento das metas fez a inflação brasileira aumentar, levando o Banco Central (BC) a elevar a taxa básica de juros, a Selic.

Segundo Marcos, esse ciclo de alta na inflação e nos juros compromete a capacidade do governo de arcar com suas dívidas, gerando uma “bola de neve” financeira que preocupa investidores.

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Especialistas alertam para a necessidade de reformas que possam mitigar o problema antes que ele alcance níveis insustentáveis, comparáveis aos enfrentados pela Argentina. Porém, a expectativa de uma solução no curto prazo é baixa, dadas as dificuldades políticas e econômicas.

Estados Unidos: impacto da política de Trump

Nos Estados Unidos, a política econômica do presidente Donald Trump, recém-eleito para um novo mandato, promete barreiras para importações e redução de tributos internos. Estratégia que tende a aquecer a economia local, mas também pode elevar a inflação, pressionando o Federal Reserve (Fed) a aumentar as taxas de juros.

Para os investidores, isso significa que os títulos do Tesouro americano (Treasuries) podem se tornar mais atrativos, reduzindo o interesse dos estrangeiros na Bolsa brasileira e em outros mercados emergentes.

China: desafios e oportunidades

Na China, o mercado começou o ano em queda. O índice Shenzhen Component, que reúne as 500 maiores empresas chinesas, recuou mais de 5% em dois dias, marcando o pior início de ano desde 2016.

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O motivo é a falta de clareza sobre as metas de crescimento e as políticas industriais do país, agravada por resultados abaixo do esperado na produção industrial.

Um evento que pode mudar esse início é a Assembleia Popular Nacional, marcada para 5 de março. Na reunião, a China irá apresentar suas metas e estratégias de crescimento, o que pode influenciar diretamente as exportações brasileiras de matérias-primas.

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