Apesar do aumento na produção de azeite de oliva na Espanha, maior produtora mundial, os supermercados brasileiros ainda sentem os impactos da alta nos preços. O produto segue sendo vendido, em média, por R$ 45 na embalagem de 500 ml, valor próximo ao registrado em junho, quando custava R$ 49. Mesmo com expectativas de melhora na oferta internacional, os preços no Brasil permanecem elevados.
A alta nos preços do azeite é reflexo de uma combinação de fatores. Além da recente queda na produtividade na Europa, o Brasil enfrenta uma redução na produção local, especialmente no Rio Grande do Sul, somada ao aumento da demanda por produtos premium, que têm preços mais elevados devido à qualidade superior. Esse cenário tem mantido o azeite de oliva como um item caro no carrinho de compras do brasileiro.
A elevação dos preços transformou o azeite de oliva em um item alvo de furtos. Redes de supermercados, como Sonda e Carrefour, adotaram medidas de segurança, como o uso de lacres antifurto nas embalagens. Outros itens de alto valor, como bacalhau, picanha, chocolates e cremes de avelã, também passaram a receber maior atenção nas prateleiras, com a instalação de alarmes de adesivo e câmeras de segurança em todos os corredores.
Outro problema crescente é a falsificação do azeite de oliva. No início de outubro, o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) divulgou uma lista de marcas e lotes de azeite impróprios para consumo, distribuídos em seis estados brasileiros. A fraude mais comum envolve a mistura de óleo de soja com corantes e aromatizantes, o que torna o produto mais barato, mas engana os consumidores que buscam economizar.
Com mais de 99% do azeite consumido no Brasil sendo importado, o país, segundo maior mercado consumidor do mundo, enfrenta desafios para atender à demanda de cerca de 100 milhões de litros anuais, que não diminui mesmo diante dos altos preços. No entanto, a busca por preços mais baixos tem impulsionado o consumo de produtos falsificados, prejudicando a saúde dos consumidores e aumentando a vigilância das autoridades.
Em meio a esses desafios, os consumidores brasileiros precisam lidar com a alta nos preços e estar atentos à qualidade e procedência dos produtos que adquirem. A expectativa é que, com o aumento da oferta europeia, os preços possam se estabilizar nos próximos meses, mas até lá, o azeite de oliva segue como um item de luxo nas prateleiras dos supermercados.
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