Por Sergio Antonio Coelho*
Para a colheita de grãos realizada pelos agricultores brasileiros na safra 2024/2025, a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), prevê 322,3 milhões de toneladas, o que equivale a um crescimento de 8,2% se comparado à produção da safra anterior.
Se o resultado se confirmar, teremos uma produção histórica no Brasil, e o país deve esse resultado ao registro do clima apresentado como um fator favorável durante a cultura de primeira safra e o desenvolvimento que apontou.
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É fato que essa repercussão positiva pode apoiar a queda dos preços de alimentos, a exemplo do arroz, do feijão, da soja e do milho, também utilizados na ração de animais, porém, a sensação da queda em si não será absoluta. Por enquanto, o arrefecimento dos preços acontecerá em pequenas quantidades.
Desafios: a moeda estadunidense na elevação dos preços
Atento à movimentação do dólar, o mercado financeiro do Brasil assimila que esta é uma preocupação que pode causar um impacto na economia do país e que a cotação da moeda estadunidense pode afetar a dinâmica das negociações da bolsa.
Pensando nisso, subentende-se que, apesar do arrefecimento dos preços em janeiro de 2025, e ainda que a oferta de valores menos abusivos, e mais desacelerados, seja maior do que foi em 2024, os preços dos alimentos continuarão pesados durante o ano.
Expectativas: a desaceleração dos preços sentida no bolso do brasileiro
Apesar dos sentimentos de incerteza e insegurança entre os investidores, o aumento da colheita de grãos em 2025, tendo como consequência a desaceleração dos preços, será sentido pelo bolso do brasileiro, principalmente quanto à queda do preço do óleo de soja e do leite, ativos cujo preço trará sensação imediata.
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O mesmo aconteceu com a carne no último mês de janeiro, quando houve o primeiro momento de desaceleração do ano, no entanto, o ritmo diminuído dos abates, unido às fortes exportações do Brasil, diminuíram a sensação de alívio e aumentaram a preocupação no restante do ano.
O mesmo acontecerá com a laranja e com o café, commodities de consumo elevado entre os brasileiros, graças aos problemas que o país teve com essas safras nos anos anteriores; o resultado disso será a alta dos preços.
Grão de soja: um alívio nas incertezas
É notório que a recuperação das lavouras de soja aconteceu com a melhoria do clima e depois das perdas de safra para o calor excessivo em 2023, o que deixa o crescimento da safra e o recuo do dólar como motivos de destaque de todos os resultados apresentados quanto ao aumento da safra de grãos, cujo montante foi de 8,2% comparado com a temporada da safra passada.
Essa repercussão deixará a produção de soja em evidência e provavelmente atingirá 166,3 milhões de toneladas na safra 2025/26, uma consequência que pode causar um impacto considerável no preço do óleo de soja, com início de queda em dezembro de 2024, mês que acentuou baixa em 0,87%.
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A exemplo da Argentina, país mundialmente reconhecido como um grande produtor do grão, o ano de 2025 tende a apresentar uma oferta de soja positiva no restante do mundo, e isso pode ajudar a baixar o preço definido no mercado externo.
*Sergio Antonio Coelho é sócio e Diretor de TI da Kstack e do software Precificação, para solução em precificação de grãos.
O post OPINIÃO: Desafios e expectativas para grãos no Brasil em 2025 apareceu primeiro em Monitor do Mercado.