Comissão dos EUA intima big techsa informar sobre ordens de Moraes

O Comitê Judiciário da Câmara dos Estados Unidos, equivalente à Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) no Brasil, intimou oito big techs a fornecerem informações sobre ordens do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes. A intenção é reunir evidências de “como a censura internacional tem ferido as liberdades civis americanas”, segundo a nota.

“Empresas americanas estão soando o alarme sobre como a censura estrangeira prejudica as liberdades civis americanas. A X resistiu a ordens judiciais arbitrárias no Brasil e na Austrália que exigem a remoção global de conteúdo”, diz parte do documento enviado às empresas.
Em outro trecho, o ofício cita o nome de Moraes. “No Brasil, o ministro do Supremo Tribunal Federal, Alexandre de Moraes, emitiu, sob sigilo, ordens ilegais que forçam as empresas americanas a remover grandes quantidades de conteúdo ou enfrentar multas e ser banido do país.”

O documento foi enviado a Christopher Pavlovski, da Rumble; Linda Yaccarino, do X (ex-Twitter); Mark Zuckerberg, da Meta (Facebook, Instagram e WhatsApp); Andrew Jassy, da Amazon; Tim Cook, da Apple; Sundar Pichai, da Alphabet (Google); Satya Nadella, da Microsoft; e um responsável pelo TikTok nos EUA. O presidente da Comissão, deputado republicano Jim Jordan, as intimou a mandarem as ordens a que as empresas foram alvos em diversos países, o que pode significar o envio de decisões sigilosas.
A convocação foi feita dentro do trâmite de análise do projeto aprovado no colegiado na quarta-feira (26) que impõe sanções a autoridades estrangeiras que violem a primeira emenda, de liberdade de expressão. A proposta “No Censors on our Shores Act” (Sem censores em nosso território) estabelece a deportação e o veto de entrada nos EUA.

A aprovação da proposta ocorreu no mesmo dia em que o Departamento de Estado dos EUA, equivalente ao Ministério das Relações Exteriores, publicou mensagem no X com referência implícita a Moraes. O órgão do governo Donald Trump disse que punir empresas americanas por se recusarem a praticar censura vai contra os valores democráticos.

A declaração do governo americano se refere à determinação de Moraes de suspender a plataforma Rumble no Brasil, sob o argumento de que a empresa descumpre decisões judiciais. O governo Lula (PT) reagiu por meio do Itamaraty, disse que a gestão do presidente Donald Trump “distorceu” as ordens do STF e lamentou o que chamou de “tentativa de politizar decisões judiciais”.
A ofensiva de aliados de Trump contra o ministro foi ampliada dias depois de o deputado Eduardo Bolsonaro (PL/SP) ter conversado com diplomatas americanos sobre o tema e diante de uma ofensiva de aliados de Trump contra Moraes, incluindo o bilionário Elon Musk. Eles querem a cassação do visto do magistrado para os Estados Unidos como forma de pressionar os demais ministros do Supremo e aliviar o processo de análise das acusações contra o ex-presidente, algo difícil de ocorrer.

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