O dólar fechou esta segunda-feira (24) em alta de 0,44%, cotado a R$ 5,75, na máxima do dia. A moeda americana ganhou força no fim da sessão, acompanhando a piora do Ibovespa, em um movimento atribuído à cautela dos investidores antes do pronunciamento do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, previsto para a noite.
A expectativa do mercado gira em torno de possíveis impactos fiscais das medidas que podem ser anunciadas por Lula. Entre os temas abordados, segundo a Secretaria de Comunicação Social (Secom), estarão os programas sociais Pé-de-Meia e Farmácia Popular.
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Além disso, há informações de que o presidente editará uma Medida Provisória (MP) para liberar saques do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS) para trabalhadores demitidos que aderiram ao saque-aniversário e não puderam retirar o saldo retido.
Especialistas também alertam para um menor volume de negócios nesta semana pré-Carnaval, que podem fazer o câmbio registrar oscilações mais acentuadas.
Preocupação com expansão fiscal pressiona câmbio
Analistas destacam que a sequência de medidas com potencial de aumentar os gastos públicos contribuiu para a alta do dólar. Em entrevista ao Estadão Broadcast, o economista-chefe da Monte Bravo, Luciano Costa, explicou que o mercado teme uma expansão fiscal e até parafiscal, o que influencia diretamente o câmbio.
“Tudo isso está relacionado à questão fiscal. Há também a perspectiva de medidas de estímulo, o que gera uma divergência com a política monetária, que busca desacelerar a economia”, afirma Costa.
O mercado também monitora um possível redesenho do projeto de lei que financia o programa Auxílio Gás. O governo deve enviar a proposta ao Congresso após o Carnaval, mas ainda há incertezas sobre a origem dos recursos para bancar o benefício.
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Cenário externo: PIB e inflação nos EUA no radar
No exterior, o índice DXY, que mede o desempenho do dólar frente a outras moedas fortes, operou perto da estabilidade. Investidores aguardam dados econômicos dos Estados Unidos para ajustar expectativas sobre os próximos passos do Federal Reserve (Fed).
Entre os destaques da semana, estão a divulgação do PIB americano do quarto trimestre na quinta-feira (27) e do índice PCE, principal indicador de inflação do Fed, na sexta-feira (28). Caso os dados sinalizem uma economia mais forte, o dólar pode ganhar ainda mais tração globalmente.
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