O café, companheiro inseparável dos momentos de pausa e do despertar diário, vem registrando reajustes que impactam diretamente o bolso dos brasileiros. Segundo dados da Associação Brasileira da Indústria de Café (Abic), o custo para o consumidor saltou 37,4% em 2025 frente ao ano passado, reflexo das mudanças climáticas que limitaram a produção – majoritariamente destinada à exportação.
Os preços apresentam variações significativas conforme a categoria do produto. Os cafés especiais tiveram alta de 9,80%, enquanto os gourmets subiram 16,17%. As categorias de cafés superiores, tradicionais e extrafortes registraram aumentos de 34,38% e 39,36%, respectivamente. Até os cafés em cápsula, mais práticos, não ficaram imunes, com reajuste de 2,07%. Em um contexto mais amplo, a matéria-prima aumentou 224% nos últimos quatro anos, e o café no varejo já acumulou alta de 110%. Com o café torrado e moído disparando 37,4% no último ano, o grão ultrapassa a média dos demais itens da cesta básica – que, considerando leite (+18,4%), arroz (+15%), óleo de soja (+26,6%), açúcar (-3,7%) e feijão (-3,1%), fica em torno de 8,7%.
A variação de preços também se reflete no ticket médio, que no segmento de cafés em grão passou de R$ 20,94 para R$ 48,48, o valor mais alto e o que mais cresceu entre os tipos disponíveis no mercado. No cenário regional, a região Sudeste lidera os gastos médios com café, o que se alinha ao perfil de consumo e ao poder aquisitivo local. Em termos socioeconômicos, as classes AB despenderam, em média, R$ 26,23, seguidas pela classe C com R$ 25,99 e pela classe DE, que gastou R$ 24,73. Esses números demonstram que, embora o café continue sendo um item essencial no dia a dia, os reajustes estão afetando de forma diferenciada os diversos segmentos da população. Em meio a esse contexto, o setor precisa buscar soluções que garantam a competitividade internacional sem sacrificar o acesso dos consumidores ao produto.
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