Os argentinos têm o maior gasto em dólares como nunca antes, aproveitando a valorização do peso para consumir bens e serviços no exterior. Em janeiro de 2025, os gastos com cartão de crédito em moedas estrangeiras chegaram a US$ 645 milhões, marcando o maior patamar desde fevereiro de 2018, segundo dados do Banco Central da Argentina.
O que está impulsionando o aumento dos gastos?
Esse crescimento expressivo nos gastos internacionais reflete a estratégia da equipe econômica de Javier Milei, que tem mantido o peso valorizado artificialmente, permitindo uma depreciação controlada de apenas 1% ao mês. Com salários e preços internos aumentando mais do que a taxa de câmbio, o poder de compra dos argentinos no exterior subiu significativamente.
Segundo especialistas, esse fenômeno está criando uma forte apreciação da taxa de câmbio real, tornando o consumo em dólares mais barato do que nos anos anteriores. “O alto nível de gastos reflete um desequilíbrio na conta corrente, que pode gerar desafios para a economia argentina nos próximos meses”, afirma Juan Pedro Mazza, estrategista da corretora Grupo Cohen SA.
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Os principais destinos dos gastos argentinos
Com os preços mais competitivos no exterior, os argentinos estão viajando mais e gastando especialmente em países vizinhos:
- Uruguai: Destino tradicional para turismo e compras, os argentinos têm aproveitado a diferença cambial para consumir em Punta del Este e Montevidéu.
- Brasil: As praias brasileiras e os shoppings de fronteira estão entre os destinos mais procurados.
- Chile: O país tem atraído consumidores argentinos em busca de eletrônicos e vestuário com preços mais vantajosos.
Impacto econômico e preocupações para o futuro
A Argentina fechou 2024 com um déficit de US$ 2,1 bilhões na conta de turismo, ou seja, os argentinos gastaram muito mais no exterior do que os estrangeiros gastaram dentro do país. Essa fuga de dólares preocupa economistas e pode pressionar ainda mais as reservas internacionais, fundamentais para manter a estabilidade econômica do país.
O governo Milei manteve impostos sobre compras no exterior para desencorajar o consumo internacional, mas sua eficácia tem sido reduzida, pois muitas dessas taxas foram atenuadas recentemente.
Cenário político e possível mudança na política cambial
O aumento no gasto em dólares levanta dúvidas sobre até quando Milei conseguirá manter sua estratégia de desvalorização controlada do peso. Muitos analistas acreditam que a pressão sobre as reservas pode levar a uma mudança abrupta no câmbio, com possíveis efeitos inflacionários.
Enquanto isso, os argentinos seguem aproveitando essa janela de oportunidade para viajar e consumir fora do país, impulsionando recordes de gastos que não eram vistos há mais de cinco anos.
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Argentinos têm o maior gasto em dólares
A valorização do peso e a estabilidade cambial promovida por Milei criaram um ambiente favorável para o consumo externo, elevando os gastos argentinos em dólares ao maior nível desde 2018. O impacto desse fenômeno na economia argentina ainda está sendo avaliado, mas há sinais de alerta para um possível ajuste nas políticas cambiais nos próximos meses. Se o cenário atual persistir, a pressão sobre as reservas internacionais pode resultar em novas mudanças que afetarão o poder de compra dos argentinos.
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