O endividamento continua sendo um dos maiores desafios para o consumidor brasileiro. Segundo o Indicador de Reincidência da Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL) e do Serviço de Proteção ao Crédito (SPC Brasil), 83,09% dos consumidores negativados em dezembro de 2024 já haviam aparecido no cadastro de inadimplentes nos últimos 12 meses. O dado reforça um comportamento preocupante: oito em cada dez brasileiros retornam aos registros de inadimplência menos de um ano após quitarem suas dívidas.
Entre os reincidentes, a maior parte (59,01%) corresponde a consumidores que ainda não haviam quitado suas dívidas antigas, enquanto 24,07% quitaram e voltaram a ficar inadimplentes no mesmo período. Apesar disso, houve uma queda de 13,82% no número total de reincidentes em 2024, sinalizando algum avanço no comportamento financeiro, embora insuficiente para alterar o panorama geral.
O estudo revela que, em média, o consumidor volta a atrasar o pagamento de uma nova dívida após 2,6 meses de inadimplência. O grupo mais representativo entre os reincidentes está na faixa etária de 30 a 39 anos, responsável por 24,54% do total. A distribuição por gênero se mantém equilibrada, com 52,90% de mulheres e 47,10% de homens.
“Apesar de todos os transtornos causados pela negativação do nome, o consumidor precisa priorizar o planejamento financeiro antes de renegociar dívidas. Comprometer o pagamento de contas básicas aumenta o risco de inadimplência e agrava a situação financeira”, alerta o presidente do SPC Brasil, Roque Pellizzaro Junior.
O Indicador de Recuperação de Crédito de Pessoas Físicas do SPC Brasil, que mede o número de consumidores que quitaram suas dívidas, mostrou uma queda de 7,30% nos 12 meses encerrados em dezembro de 2024, em comparação com o período anterior. A diminuição foi ainda mais expressiva entre os consumidores que levaram de 91 dias a um ano para regularizar suas pendências, com queda de 17,28%.
No entanto, há aspectos positivos. Entre os consumidores recuperados, aqueles com idade entre 50 e 64 anos representaram 22,46% do total. Além disso, as mulheres lideraram ligeiramente, representando 50,61% dos consumidores que conseguiram quitar suas dívidas. Em dezembro, cada consumidor recuperado pagou, em média, R$ 2.669,65, com 52,58% quitando dívidas de até R$ 500. Com a previsão de novas altas nas taxas de juros em 2025, especialistas alertam que os consumidores devem redobrar os cuidados ao tomar crédito. A inadimplência, que atualmente atinge 41,51% da população adulta, reforça a importância de estratégias de educação financeira.
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