As ações da JD.com (JD), sofreram forte queda acima dos 5% na Nasdaq e de 12% em Hong Kong nesta quarta-feira (21), após o Walmart anunciar a venda de toda sua participação na varejista online. O Walmart era o maior acionista individual da companhia e decidiu vender 100% das ações a US$ 3,6 bilhões (R$ 20 bilhões), após oito anos de parceria.
No pregão de hoje, os papéis da varejista chinesa caem 2,46%, às 14h25, ampliando as perdas para os investidores. Por outro lado, em Hong Kong, a JD.com viu as suas ações valorizarem cerca de 3%.
Negociação das ações da JD.com
A participação da Walmart Inc. na JD.com totalizava 144,5 milhões de ações, negociadas a US$ 24,95 cada, aplicados 11% de desconto em relação ao fechamento da ação na terça-feira (20) nos Estados Unidos, de acordo com cálculos da Bloomberg. O valor de venda das ações esteve próximo ao limite inferior da faixa de preço indicativa, que era de US$ 24,85 a US$ 25,85.
Programa de recompra da JD.com
Também conhecida como Jingdong, a companhia afirmou ontem que teria investido o valor de US$ 390 milhões (R$ 2,1 bilhões) na recompra das próprias ações. Trata-se de uma estratégia para aquisição de US$ 3 bilhões (R$ 16,7 bilhões) em ativos. O programa de recompras de ações foi aprovado em março deste ano.
Desafios no setor de eletrônicos
Atualmente, a China enfrenta um momento de desafios, com queda na demanda dos consumidores e aumento da concorrência, que a JD.com vem sentindo os impactos, ao lado de outras gigantes dos eletrônicos, como a Alibaba Group Holding Ltd. (que apresentou queda de 29% dos lucros líquidos no segundo trimestre deste ano) e a PDD Holdings Inc., proprietária da Temu.
Na contramão da concorrência, a JD.com apresentou resultados acima das projeções do mercado, com lucro líquido no valor de 2,6 bilhões Yuan (aproximadamente R$ 2 bilhões), representando um aumento de 92% na comparação anual. No entanto, como reflexo da cautela dos investidores com o mercado chinês, as ações da empresa sofreram uma queda de quase 22% apenas no último ano.
Nesse cenário, a Walmart anunciou a venda de sua participação como parte de uma estratégia de longo prazo. A empresa planeja focar em seus negócios de depósito exclusivos, como o Sam’s Club e o segmento de hipermercados. Além disso, a varejista americana planeja alocar recursos para outras prioridades, conforme divulgado em comunicado.
Apesar da mudança de planos, a venda das participações na JD.com não deve significar uma ruptura da parceria de longa data. A Walmart informou que continuará a cooperar com a JD.com, por considerar esta uma “parceira importante”; e a JD.com informou confiar na colaboração futura entre as empresas.
Navegando em outros mares
Ao contrário do momento de tensão que a ex-parceria vive no momento, o Walmart apresenta resultados otimistas, impulsionados setor de e-commerce.
Nos resultados do segundo trimestre de 2024, a empresa norte-americana teve uma receita de US$ 169,3 bilhões (R$ 942,3 bilhões), representando um aumento de 5% em relação ao mesmo período do ano anterior; além receber oportunidades promissoras no mercado chinês, frente à alta dos custos na região, que contribui para o aumento da popularidade dos produtos da varejista dos EUA.
Imagem: Cfoto/Zuma Press
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