A divergência entre o dólar à vista, que caiu 0,35%, cotado a R$ 5,44, nesta quarta-feira (2), e o dólar futuro para novembro, que subiu 0,28%, continua a gerar incerteza no mercado.
O descompasso reflete diferentes tempos de reação às mudanças no cenário econômico, com destaque para o upgrade da classificação de risco do Brasil pela Moody’s e os dados econômicos dos Estados Unidos.
Dados dos EUA pressionam o dólar futuro
A alta do dólar futuro, por sua vez, foi puxada por fatores externos. A criação de empregos no setor privado dos Estados Unidos superou as expectativas dos analistas, o que reforçou a moeda americana frente a divisas fortes e aumentou os juros dos Treasuries – títulos do governo americano.
O índice DXY, que mede a força do dólar em relação a uma cesta de seis moedas, subiu 0,48%, fechando em 101,677 pontos.
Em entrevista ao Broadcast, a economista Camila Abdelmalack, da Veedha Investimentos, apontou que o fortalecimento do dólar globalmente desacelerou a recuperação do real no mercado à vista.
Além disso, o mercado está cauteloso com a divulgação do payroll, relatório de emprego oficial dos Estados Unidos, que será divulgado na sexta-feira (2) e pode impactar o comportamento do câmbio.
Incertezas fiscais continuam no radar
Apesar do upgrade no rating do Brasil, os especialistas ainda alertam para as preocupações fiscais que continuam a pesar no mercado. A Moody’s destacou que a credibilidade do arcabouço fiscal brasileiro é “moderada”, o que mantém o custo da dívida pública relativamente elevado. Isso mantém os investidores atentos a possíveis mudanças no cenário fiscal do País.
Outro fator que influenciou o mercado foram os discursos de dirigentes do Federal Reserve (Fed), banco central dos EUA, que participaram de eventos nesta quarta-feira. No entanto, segundo operadores, nenhuma fala trouxe novidades significativas que impactassem diretamente o comportamento do dólar.
Commodities e o impacto no real
Outro ponto de apoio para a valorização do real foram as commodities, cujos preços estão em alta. Abdelmalack reforça que esse cenário é mais favorável para o real, uma vez que a economia brasileira depende fortemente da exportação de matérias-primas.
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