
Segurança da informação é a profissão da TI mais demandada no 1º semestre de 2025, superando a inteligência artificial. Especialista e profissionais explicam o motivo desse auge e como dar o pontapé inicial no setor. Emprego em tecnologia: IA ganha espaço, mas segurança da informação domina contratações
Segurança da informação (ou cibersegurança) é a área de tecnologia da informação (TI) com mais demanda durante o 1º semestre de 2025. É o que revelou um levantamento exclusivo obtido pelo g1 com a consultoria de soluções em talentos Robert Half.
Com média salarial entre R$ 6 mil a R$ 23 mil, dependendo da vaga, a cibersegurança vem superando a inteligência artificial em procura por profissionais. O motivo é a crescente prioridade das empresas em proteger dados, especialmente após a Lei Geral de Proteção de Dados (LGPD) (Veja abaixo as principais dicas para entrar na área).
Elisa Jardim, gerente da divisão de tecnologia na Robert Half, explica que inteligência artificial também é uma prioridade para as empresas, mas as pessoas dessa área ainda estão se aperfeiçoando.
“IA é uma tecnologia muito mais nova e encontrar profissionais qualificados é extremamente difícil. Há mais pessoas com habilidades em cibersegurança do que em IA, mas, ainda assim, os especialistas em segurança são altamente demandados”, diz Elisa Jardim.
Outros segmentos altamente demandados, segundo o levantamento, são infraestrutura, serviço e suporte de TI, análise de dados e redes (sistemas que permitem a troca de dados e informações entre si).
O salário é alto mesmo?
Divina Naiara Vitorino é coordenadora de infraestrutura e segurança.
Fábio Tito/g1
Em entrevista ao g1 em 2023, Marina Ciavatta, profissional de segurança da informação há mais de 10 anos, destacou que cibersegurança oferece bons salários e um plano de carreira amplo dentro das empresas, o que reduz as chances de estagnação e possibilita aumentos salariais.
Agora em 2025, ela confirma o que mostra o levantamento da Robert Half. “A área, como um todo, é gigante e mantém ainda essa lógica, sim, de planos de carreira amplos, com a chance de se mover bem”, completa a profissional.
Para quem deseja ingressar no setor, o cargo de analista de segurança da informação é considerado a principal porta de entrada, segundo o Centro de Estudos e Sistemas Avançados do Recife (Cesar).
Veja abaixo a remuneração para profissionais da área (em regime CLT), de acordo com o Guia Salarial 2025 da Robert Half:
Analista de Segurança Júnior: entre R$ 6.100 e R$ 10.250
Analista de Segurança Pleno: entre R$ 8.400 e R$ 14.100
Analista de Segurança Sênior: entre R$ 11.450 e R$ 19.300
PenTester: entre R$ 13.400 e R$ 18.400
Coordenador(a) de Segurança da Informação: entre R$ 17.350 e R$ 23.750
Como entrar na área da segurança da informação
Segurança da informação em alta: veja como entrar no setor
Esse profissional é responsável por gerenciar o setor de segurança de uma empresa e tem como objetivo proteger dados e informações sensíveis. Ele ajuda a blindar de possíveis ataques cibernéticos, mas também pode estabelecer políticas de segurança.
Como os holofotes sobre esse universo surgiram recentemente, nos últimos cinco anos, os cursos de segurança ainda são relativamente novos.
No entanto, já é possível encontrar graduações e pós-graduações especializadas, como defesa cibernética e segurança da informação, explica a profissional Divina Naiara Vitorino, que atua na área há quatro anos.
➡️ Além disso, existem outros caminhos para ingressar, como…
fazendo outras graduações de TI, como sistemas de informação, ciência da computação, rede de computadores e desenvolvimento. Elas são importantes para se ter uma base, mas depois é preciso procurar um curso técnico de segurança, por exemplo, para se especializar;
frequentando eventos de tecnologia, afinal, eles são ótimos para fazer contato, buscar mentorias e encontrar oportunidade profissional. Pessoas ouvidas pelo g1 contam que conseguiram emprego graças a essas oportunidades;
buscando por conteúdos e estude tipos de ameaças cibernéticas, como malware, ransomware, phishing, engenharia social e ameaça persistente avançada.
A pessoa que escolher cibersegurança não necessariamente encontrará vagas apenas em empresas de tecnologia. As oportunidades também existem em companhias de varejo, comunicação, saúde, educação, alimentos, bebidas e finanças (bancos).
E são muitos pilares disponíveis para a pessoa escolher trabalhar, mas, para os especialistas, os principais são estes:
🔴 Segurança ofensiva (Red Team): esse profissional trabalha em busca de vulnerabilidades de segurança dentro da empresa. A pessoa do Red Team simula invasões, como um cibercriminoso faria, para encontrar falhas e alertar a equipe da área defensiva;
🔵 Segurança defensiva (Blue Team): os profissionais dessa área atuam para consertar essas falhas identificadas. Seu objetivo número 1 é fazer com que as empresas não sejam invadidas;
🟣 Segurança ofensiva e defensiva (Purple Team): o especialista consegue integrar segurança ofensiva e defensiva, promovendo a colaboração entre Red Team (ataque) e Blue Team (defesa). O objetivo é fortalecer a segurança da empresa, identificando e corrigindo vulnerabilidades.
🛡️Governança, risco e compliance (GRC): a pessoa que escolher esse pilar pode estruturar, aplicar e monitorar os processos legais de segurança. É ela, por exemplo, que acompanha se a empresa está seguindo a LGPD. Para quem escolher GRC, estudar direito digital é um diferencial importante.
Elisa Jardim, da Robert Half, explica que, hoje, o mercado encontra mais profissionais do Blue Team, mas ainda tem dificuldades para encontrar especialistas no Red Team. No caso do Purple Team, a escassez é ainda maior.
Os profissionais ouvidos pelo g1 em 2023 também contaram que a área é cercada de pressão. Isso porque a responsabilidade em garantir a empresa protegida de ataques cibernéticos e de vazamentos é grande. Por isso, casos de burnout e depressão são cada vez mais recorrentes, segundo eles.
🫧 Opções para encontrar a sua bolha
Vagner Martins é analista de segurança da informação júnior.
Celso Tavares/g1
Eles também indicaram alguns hackerspaces (junção de hacker e espaço) gratuitos ou sem fins lucrativos que podem receber e orientar quem está começando. Veja algumas opções:
Garoa Hacker Clube: comunidade de segurança que promove a troca de conhecimentos em TI para quem está em São Paulo, daí o termo “garoa”.
Mate Hackers: grupo que realiza encontros, palestras, cursos e outras atividades de infosec para quem está em Porto Alegre (RS).
Devs Norte: considerada a maior comunidade de tecnologia do Norte do Brasil. Tem eventos, palestras, workshops para promover a educação na área.
Menina de Cybersec: liderada por Sabrina Ramos, a comunidade é voltada para iniciantes em infosec com materiais de estudo, lives, podcasts e cursos gratuitos.
Women in Cybersecurity (WOMCY): organização formada por mulheres e com programas para elas entrarem e desenvolverem carreira em infosec.
Mente Binária: projeto gratuito de educação e conteúdo sobre tecnologia da informação que recebe iniciantes desse universo.
Hackers do Bem: programa formado em parceria entre a RNP (Rede Nacional de Ensino e Pesquisa) e o Senai, que oferece formação gratuita (EAD e presencial) em segurança da informação.
LEIA TAMBÉM:
‘Ganho mais de R$ 20 mil por mês’: como é trabalhar na área da inteligência artificial
Cientista e engenheiro de dados têm salário que pode passar de R$ 20 mil
Menores desdenham da educação e dizem ganhar mais do que médico vendendo curso para ser influencer
World: conheça projeto que paga criptomoedas por registro de íris
Apple lança iPhone 16e, modelo mais ‘barato’ da linha
Como um celular pode explodir mesmo sem estar carregando