O cérebro humano tem a capacidade de abstrair informações absolutamente imperceptíveis à visão direta, sendo apto a receber, processar e armazenar mensagens ocultas e subliminares tão somente a partir de imagens.
Isso se torna um problema quando se percebe que a disseminação de fakenews, isto é, narrativas falseadas, nas redes sociais, são apresentadas, atualmente, em forma de cards digitais, construídas a partir de imagens, acompanhadas, no máximo, de uma pequena legenda no corpo da própria foto. Algumas exceções ainda se apresentam com uma legenda em texto, mas essas, raríssimas vezes, são, de fato, lidas pelos internautas. Esses, usualmente, apenas passeiam, desatentamente, pela rede social, desenvolvendo, quando muito, dores na articulação dos dedos indicadores em razão de tanta rolagem de tela.
Dessa forma, indistintamente, o que ocorre é o consumo de mensagens precisas e bem pensadas, embora com quase nenhuma redação, subliminares ou nem tanto assim, mas utilizadas, quase sempre, por gabinetes de ódio, de um lado ou de outro da famosa polarização política nacional – não valendo o presente texto como tomada de partida de algum dos polos. A questão é outra.
O ponto é: as pessoas adoecem, sendo invadidas em seu subconsciente, com informações que, muitas vezes, sequer percebem, mas que são objeto de tentativas ferozes de se incutir nos “leitores” inverdades, notadamente a fim de direcioná-los em determinado sentido, seja moral ou, principalmente, político.
A verdade é que a mesma notícia, verdadeira ou não, pode tomar diversas conotações a depender do interesse de seu produtor e da perspicácia de seu interlocutor. O produto dessa mensagem passa, necessariamente, por quem a fábrica e por quem a consome.
O ideal, portanto, fica a dica, é saber sistematizar e digerir o conteúdo ofertado e formar suas próprias conclusões, sempre a partir da(s) premissa(s) apresentadas em noticiários críveis e fontes de dados probas, devendo-se se valer daquelas que, comprovadamente, são verdadeiras, a fim de que a conclusão não seja viciada. Esse é, verdadeiramente, o único caminho capaz de evitar a alienação do leitor.
IGOR CESAR RODRIGUES
DOS ANJOS
ADVOGADO E CONSELHEIRO ESTADUAL DA OAB/CE
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