O dólar fechou em alta de 0,27% nesta quinta-feira (15), a R$ 5,48. Apesar do avanço, o dólar acumula uma queda de 0,57% na semana e 3,03% no mês.
De acordo com operadores, o desempenho do real nesta sessão está relacionado a ajustes técnicos após um período de forte apreciação da moeda brasileira e à recomposição de posições defensivas. Esses movimentos foram impulsionados pelo aumento dos ruídos políticos no Brasil, que inclui discussões sobre a reforma tributária, a desoneração da folha de pagamento e a possível indicação do novo presidente do Banco Central.
Cenário internacional
Internacionalmente, o dólar ganhou força frente a moedas fortes e à maioria das divisas emergentes e de países exportadores de commodities. No entanto, o real se descolou de seus pares, como o peso mexicano e o rand sul-africano, devido à alta das taxas dos Treasuries, os títulos do governo americano.
Dados econômicos melhores do que o esperado nos Estados Unidos, como vendas no varejo e pedidos de auxílio-desemprego, reduziram as expectativas de uma desaceleração econômica abrupta e diminuíram as apostas em um corte agressivo dos juros pelo Federal Reserve (Fed).
Segundo a plataforma de monitoramento do CME Group, os dados recentes indicam uma atividade econômica mais forte no país, o que levou o mercado a precificar uma redução de apenas 25 pontos-base, e não 50, na próxima reunião do Comitê de Política Monetária do Fed (FOMC) em setembro.
Pressões internas e expectativas para o Congresso
Além das questões externas, o cenário político brasileiro também influenciou o comportamento do câmbio. A tramitação da reforma tributária, o projeto de compensação pela desoneração da folha de pagamento e a expectativa pela indicação do novo presidente do Banco Central são pontos de atenção.
Em Brasília, o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), anunciou o adiamento da votação do projeto de desoneração para a próxima terça-feira (20). O relator do projeto, senador Jacques Wagner (PT-BA), afirmou que uma nova versão do texto será apresentada na segunda-feira (19).
Entre os pontos polêmicos, estão a obrigação das empresas de manter o número de empregados e o aumento da alíquota de Imposto de Renda sobre Juros sobre Capital Próprio (JCP) de 15% para 20%.
Além disso, a recente decisão do ministro Flávio Dino, do Supremo Tribunal Federal (STF), de suspender a execução de todas as emendas impositivas até que o Congresso crie mecanismos de transparência e rastreabilidade, gerou mal-estar entre o governo e as lideranças partidárias. Esses fatores têm pressionado o real, resultando em um comportamento descolado das demais moedas emergentes.
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