O Ibovespa, principal índice da Bolsa de Valores brasileira, alcançou nesta quinta-feira (15) os 133 mil pontos, seu maior patamar no ano. O movimento foi impulsionado pela crescente expectativa de que o Federal Reserve (Fed), o Banco Central dos Estados Unidos, inicie um ciclo de corte de juros já em setembro.
Corte de juros nos EUA
A expectativa de corte de juros nos EUA se fortaleceu após a divulgação do índice de preços ao consumidor (CPI), que subiu 0,2% em julho. Este dado reforçou as apostas de que o Fed reduzirá a taxa de juros em 0,25 ponto percentual em sua próxima reunião.
Atualmente, cerca de 65% dos analistas acreditam que essa redução acontecerá, o que favorece os mercados de risco, como a bolsa brasileira.
Quando o Fed corta juros, o custo do crédito nos EUA diminui, estimulando a economia e favorecendo investimentos em mercados emergentes, como o Brasil. Essa expectativa cria um ambiente mais favorável para ações brasileiras, que têm mostrado bom desempenho nos últimos dias.
Aumento da participação brasileira no MSCI
Outra notícia que impulsionou o mercado brasileiro foi o aumento da participação do Brasil no índice MSCI de mercados emergentes. A participação do país subiu para 14%, o que deve atrair mais investimentos estrangeiros para a bolsa brasileira.
Os fundos de investimento passivos, como os ETFs (Exchange Traded Funds), que replicam o desempenho de índices como o MSCI, são obrigados a ajustar suas carteiras conforme a nova composição.
Com o aumento da participação do Brasil, esses fundos precisarão comprar mais ações brasileiras, o que deve trazer um fluxo adicional de capital para o país.
Desoneração da folha e reforma tributária
No cenário doméstico, o Congresso Nacional continua debatendo a desoneração da folha de pagamento, uma medida que visa reduzir os custos das empresas com tributos sobre salários.
O líder do governo no Senado, Jaques Wagner, propôs uma série de medidas para compensar a renúncia fiscal estimada em R$ 25 bilhões. Entre as propostas estão a atualização de bens no imposto de renda e a repatriação de ativos no exterior.
A decisão sobre a desoneração pode impactar o mercado, dependendo das medidas fiscais que serão adotadas para cobrir o déficit. Investidores devem ficar atentos aos desdobramentos dessa discussão, que ainda não tem data definida para ser concluída.
Próximos eventos
Além disso, nos Estados Unidos, o mercado aguarda a divulgação de novos dados econômicos, como os pedidos de auxílio-desemprego, que podem trazer mais clareza sobre o estado da economia americana e a provável decisão do Fed.
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