O Boletim Focus, divulgado nesta segunda-feira pelo Banco Central, trouxe novas previsões para os principais indicadores econômicos do Brasil. Segundo as expectativas de instituições financeiras, a inflação medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) deve fechar o ano em 4,2%, um ligeiro aumento em relação à previsão anterior de 4,12%. Este valor ainda se situa dentro da margem de tolerância estabelecida pelo Conselho Monetário Nacional (CMN), que é de 1,5 ponto percentual para mais ou para menos da meta de 3%.
Para os próximos anos, as estimativas indicam uma tendência de estabilidade com uma inflação projetada de 3,97% em 2025 e reduções progressivas para 3,6% em 2026 e 3,5% em 2027. A partir de 2025, o Brasil adotará o sistema de meta contínua de inflação, eliminando a necessidade de definir uma nova meta anualmente.
Em termos de política monetária, o Comitê de Política Monetária (Copom) manteve a taxa básica de juros, a Selic, em 10,5% ao ano. Após um ciclo de alta que começou em março de 2021 e terminou em agosto de 2022, a Selic foi progressivamente reduzida desde agosto de 2023 até maio de 2024, refletindo um ambiente de controle de preços mais eficaz. Para o final de 2024, espera-se que a Selic se mantenha em 10,5%, com previsões de redução para 9,75% em 2025 e 9% nos anos subsequentes.
O impacto das variações da Selic é significativo tanto para o controle inflacionário quanto para o estímulo econômico. Aumentos na taxa básica tendem a restringir o crédito e incentivar a poupança, enquanto reduções favorecem o barateamento do crédito, impulsionando a produção e o consumo. Tais ajustes são cruciais para equilibrar a atividade econômica com a estabilidade de preços.
No que diz respeito ao crescimento econômico, as projeções permanecem otimistas, com uma previsão de crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) de 2,2% para este ano. Para 2025, espera-se uma expansão de 1,92%, seguida por um crescimento estável de 2% tanto para 2026 quanto para 2027. Em retrospecto, o PIB brasileiro cresceu 2,9% em 2023, um pouco acima da taxa de 3% registrada em 2022. No câmbio, as expectativas para o dólar permanecem estáveis, com uma previsão de R$ 5,30 para o final deste ano e para o final de 2025. A estabilidade cambial é crucial para as decisões de política econômica, influenciando desde importações e exportações até investimentos estrangeiros diretos. Essas projeções refletem um cenário de cautela e planejamento por parte das autoridades econômicas do Brasil, que buscam equilibrar crescimento sustentável com controle inflacionário em um ambiente global ainda repleto de incertezas.
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