Antonio Delfim Netto, ex-ministro da Fazenda e uma das figuras mais influentes da economia brasileira, faleceu nessa segunda-feira (12/08), deixando um legado complexo e multifacetado. Segundo o Boletim Focus, divulgado pelo Banco Central, Delfim Netto era reconhecido por sua abordagem pragmática e decisiva na formulação e execução de políticas econômicas no Brasil. Maílson da Nóbrega, também ex-ministro da Fazenda, destacou a importância de Delfim Netto como mentor de várias gerações de economistas, afirmando que “ele tinha plena consciência de seu valor na economia brasileira e sabia do impacto de seu trabalho”.
Marcos Lisboa, sócio da Gibraltar Consulting, lembrou Delfim como “extremamente culto e erudito”, pioneiro na geração de economistas da USP dos anos 1950. Lisboa ressaltou a contribuição decisiva de Delfim para a diversificação da pauta exportadora do Brasil, notadamente através da criação da Embrapa, que transformou o Brasil em uma potência agrícola.
Samuel Kinoshita, atual secretário da Fazenda e Planejamento de São Paulo, expressou pesar pela perda de um mentor e amigo, destacando a inteligência e curiosidade intelectual de Delfim Netto. Luiz Carlos Trabuco, presidente do conselho de administração do Bradesco, e Arminio Fraga, sócio-fundador da Gávea Investimentos, também prestaram homenagens, ressaltando sua inteligência e contribuições duradouras para o país.
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva e o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, lamentaram a perda, destacando a defesa de Delfim Netto por políticas de desenvolvimento e inclusão social. Haddad, em particular, pediu respeito ao legado de Delfim, reconhecendo seu comprometimento com o progresso econômico do Brasil. A morte de Delfim Netto não apenas encerra um capítulo significativo da história econômica do Brasil, mas também serve como um momento de reflexão sobre a trajetória econômica do país, suas conquistas e desafios, sob a influência de uma de suas mentes mais brilhantes.
O presidente da Febraban (Federação Brasileira de Bancos), Isaac Sidney, afirmou que o ex-ministro foi uma “referência de lucidez econômica e exemplo de homem público”. “Sua perspectiva arguta e capacidade ímpar de análise da economia brasileira o fizeram um interlocutor fundamental para o debate econômico de várias gerações. Delfim Netto deixa um legado fundamental ao Brasil, à economia e aos economistas do país. Sua trajetória se confunde com a história brasileira recente”, afirma Sidney.
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