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Lauremília Lucena e a secretária Tereza Cristina foram presas neste sábado (28) pela Polícia Federal. Imagens exclusivas mostram Lauremília Lucena ao chegar no IML, após ser presa pela PF
Segundo a Justiça, a primeira-dama de João Pessoa, Lauremília Lucena, teria feito um acordo com uma facção criminosa para influenciar as eleições municipais. No esquema, ela teria nomeado nomes indicados pelos criminosos. (Entenda mais abaixo)
Lauremília é esposa de Cícero Lucena, atual prefeito de João Pessoa que tenta reeleição. O g1 teve acesso ao documento que determinou a prisão da primeira-dama e nele a juíza cita trechos da investigação.
A primeira dama é investigadas por de crimes como peculato, coação eleitoral e constrangimento ilegal.
O esquema
Lauremília teria se aliado a dois líderes de facção: David Sena e Keny Rogeus. Com o marido tentando a reeleição, ela teria feito acordos com os criminosos em busca de apoio nos territórios em que eles têm controle.
Para isso, ela criou um esquema de influência em que conseguia a nomeação para cargos na prefeitura de pessoas indicadas pelos criminosos.
Além do esquema, ela ainda, segundo a Justiça, teria ameaçado eleitores e opositores, além fazer promessas indevidas em troca de votos.
Segundo a Justiça, a investigação apontou que há indícios de crimes como peculato, coação eleitoral e constrangimento ilegal.
Lauremília Lucena e Tereza Cristina, presas pela Polícia Federal na Paraíba
Reprodução/TV Cabo Branco
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O que diz a primeira-dama e o prefeito
A reportagem procurou os advogados de Lauremília, mas eles preferiram não comentar o caso.
Cícero Lucena, marido de Lauremília e atual prefeito de João Pessoa, publicou uma nota em suas redes sociais na manhã deste sábado (28), afirmando que enxerga a operação como um ataque arquitetado por seus adversários às vésperas da eleição.
“Lauremília tem uma vida limpa, é uma benfeitora na cidade e do Estado. Ela provará sua inocência, sendo mais uma vítima de injustiça, assim como Cícero também foi”, disse a nota.
Vereadora Raíssa Lacerda é presa em João Pessoa; ao lado dela, também presa, está Taciana Batista do Nascimento, que é ligada ao centro comunitário Ateliê da Vida
Jardel Nunes/TV Cabo Branco
Operação Território Livre
A ação é a 3ª fase parte da Operação Território Livre, da Polícia Federal, com o apoio do GAECO (Grupo de Atuação Especial Contra o Crime Organizado).
Nesta terceira fase da Território Livre, foi presa, além da primeira dama, sua secretária Tereza Cristina Barbosa Albuquerque.
Antes disso, em 19 de setembro, outros alvos foram presos, também suspeitos de envolvimento no esquema. São eles:
Raíssa Lacerda, vereadora de João Pessoa e suspeita de liderar o esquema;
Pollyanna Monteiro Dantas dos Santos, suspeita de pressionar moradores do bairro São José para determinar em quem eles devem votar;
Taciana Batista do Nascimento, usada por Pollyana para exercer influência na comunidade. É ligada ao centro comunitário Ateliê da Vida;
Kaline Neres do Nascimento Rodrigues, articuladora de Raíssa Lacerda no Alto do Mateus; suspeita de ter ligação com facções do bairro;
Keny Rogeus Gomes da Silva, marido de Pollyanna e apontado como chefe da facção Nova Okaida; já estava preso no PB1.
Um suspeito de chefiar uma facção criminosa no Bairro São José, David Sena, mais conhecido como Cabeça, também teve mandado de prisão expedido, mas segue foragido.
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