A AgroGalaxy (AGXY3) abriu seu capital na Bolsa em 2021. De lá para cá, suas ações viraram pó, caindo 94% e passando de R$ 9,40 para cerca de R$ 0,50. Alegando não ter dinheiro para lidar com uma dívida de R$ 4,7 bilhões, ela entrou com um pedido de recuperação judicial no dia 18 de setembro.
O estranho é que em uma apresentação para investidores há cerca de um mês, o ex-CEO, Axel Labur, esbanjou otimismo, afirmando que apesar do trimestre desafiador, os resultados estavam “dentro do esperado” e que os indicadores mostravam “sinais de recuperação”.
A falta de transparência da empresa, descoberta após a quebra de sigilo pela Justiça, se mostrou uma piada de mau gosto com os investidores que acreditaram na tese da AgroGalaxy.
No novo episódio do podcast Ligando os Pontos, Marcos de Vasconcellos, CEO do Monitor do Mercado, fala sobre a falta de transparência de empresas na Bolsa.
Situação crítica da AgroGalaxy
Entre os fatores para justificar seu otimismo estava o aumento da margem bruta de insumos e o crescimento das operações de barter, que envolvem a troca de produtos agrícolas por insumos, reduzindo o risco de inadimplência.
Um mês depois, no pedido de recuperação judicial, a empresa relatou uma inadimplência que atingiu 60% da sua receita em março deste ano. Além disso, admitiu que seu endividamento não está compatível com seu fluxo de caixa, tornando impossível pagar suas dívidas.
O ex-CEO, que se dizia otimista, renunciou ao cargo após o pedido de recuperação judicial. Com ele, saíram outros cinco conselheiros.
Crise afeta CRAs
A crise financeira também atinge diretamente investidores que adquiriram seus títulos no mercado. A AgroGalaxy emitiu certificados de recebíveis do agronegócio (CRAs), mas agora admite que não tem condições de pagar o valor acordado com os investidores.
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