O dólar fechou esta segunda-feira (14) em queda de 0,33%, a R$ 5,85, após atingir mínima de R$ 5,8286 pela manhã. A moeda se beneficiou do enfraquecimento do dólar no exterior, mesmo com baixa liquidez e agenda econômica esvaziada no Brasil.
O principal fator para o recuo foi a decisão do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, de suspender temporariamente tarifas sobre produtos eletrônicos e smartphones. A medida reduziu a aversão a risco nos mercados e favoreceu moedas emergentes.

A suspensão das tarifas sinaliza uma possível transição na política comercial americana, que tem impactado os fluxos de capital globais. Investidores, antes cautelosos com uma intensificação da guerra comercial, voltaram a buscar ativos em países emergentes, como o Brasil.
Dólar opera com volatilidade
Apesar do alívio inicial, o dólar chegou a operar em leve alta durante a tarde, após declarações de Trump defendendo a taxação de importações para estimular a volta de empresas aos EUA. A reação, porém, foi pontual.
O real, no entanto, teve desempenho inferior ao de outras moedas emergentes como o peso mexicano e o rand sul-africano. O peso colombiano caiu mais de 0,60%, enquanto o peso argentino teve forte desvalorização, após o governo de Javier Milei remover controles cambiais.
DXY atinge o menor nível desde 2022
O índice DXY — que mede o valor do dólar frente a uma cesta de seis moedas fortes — caiu abaixo dos 100 pontos, atingindo 99,208, o menor patamar desde abril de 2022. Em abril, o índice acumula baixa superior a 4% e, no ano, recua mais de 8%.
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A queda do DXY foi impulsionada pela valorização do euro e da libra esterlina. A desvalorização do dólar no cenário internacional pode sinalizar mudanças nos fluxos de investimento global e afetar a competitividade de exportações americanas.
As taxas dos títulos do Tesouro dos EUA (Treasuries) também recuaram, aliviando temores de venda generalizada desses papéis, que pressionaram os mercados na semana anterior.
Fed sinaliza possibilidade de corte de juros
À tarde, o diretor do Federal Reserve (Fed), Christopher Waller, afirmou que um corte de juros pode ocorrer antes do previsto se os sinais de recessão se intensificarem. A autoridade monetária americana ainda aguarda o desfecho das negociações tarifárias para avaliar os impactos sobre inflação e atividade.
Balança comercial brasileira
O governo brasileiro divulgou que a balança comercial registrou superávit de US$ 1,595 bilhão na segunda semana de abril. O saldo acumulado no mês é de US$ 3,189 bilhões, com superávit de US$ 13,171 bilhões no acumulado do ano.
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Apesar do desempenho positivo, o volume de negócios com dólar futuro — termômetro da liquidez — foi limitado, com menos de US$ 10 bilhões movimentados para contratos com vencimento em maio.
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