O mercado financeiro global apresentou forte queda nesta terça-feira (3), em meio a um cenário de crescente cautela por parte dos investidores, especialmente nos Estados Unidos. A apreensão gira em torno do relatório de emprego americano, conhecido como payroll, que será divulgado na sexta-feira (6).
O documento é um dos principais indicadores de saúde do mercado de trabalho nos EUA e pode influenciar as próximas decisões de política monetária do Federal Reserve (Fed), o banco central americano.
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Índice do medo sobe 30%
O VIX, índice que mede a volatilidade e é frequentemente chamado de “índice do medo”, registrou um aumento de mais de 30%. Esse comportamento indica uma elevação no nível de incerteza entre os investidores. Além disso, dados econômicos norte-americanos, como o índice industrial e os indicadores de construção, vieram abaixo das expectativas, reforçando o temor de uma desaceleração econômica.
Com esse cenário, o mercado já precifica um possível corte de 50 pontos-base na taxa de juros dos EUA na próxima reunião do Fed, marcada para setembro. As principais bolsas americanas refletiram esse pessimismo: o Dow Jones caiu 1,51%, o S&P 500 recuou 2,11% e o Nasdaq, índice focado em empresas de tecnologia, despencou 3,15%.
PIB Surpreende, mas Bolsa cai
No Brasil, o mercado também sentiu os reflexos das turbulências globais, apesar de dados positivos divulgados sobre o Produto Interno Bruto (PIB). No segundo trimestre de 2024, o PIB brasileiro cresceu 1,4%, superando a expectativa do mercado, que era de 0,9%. O resultado levou diversas instituições financeiras a revisarem para cima suas projeções para o crescimento econômico do país em 2024.
Apesar da surpresa positiva no PIB, o Ibovespa fechou em queda de 0,45%, encerrando o dia abaixo dos 135 mil pontos. Esta foi a quarta queda consecutiva do índice, que havia atingido sua máxima histórica de 137 mil pontos recentemente.
Reunião do Copom e queda da Vale
Outro ponto de atenção é a reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central, marcada para este mês de setembro, que decidirá sobre a trajetória dos juros no Brasil. O forte crescimento do PIB aumenta a pressão inflacionária, o que pode influenciar a decisão do Copom.
Adicionalmente, a queda no preço do minério de ferro, que registrou a quarta baixa consecutiva, impactou negativamente as ações da Vale, a empresa com maior peso no Ibovespa, que recuaram quase 4% no pregão. Esse movimento contribuiu significativamente para a queda do índice.
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