O Sindiute, que representa os profissionais da educação municipal de Fortaleza, está pressionando o secretário municipal da Educação, Idilvan Alencar (PDT), para conseguir benefícios para a categoria, como o concurso para professores substitutos em regime CLT, a inclusão dos funcionários de escolas no Plano de Cargos, Carreiras e Salários (PCCS) da categoria e o direito do abono de férias nos dois períodos para 100% da categoria.
Para dar visibilidade às pautas, os professores fizeram uma paralisação, na quinta-feira (27), em frente à sede da Secretaria Municipal da Educação (SME). O ato foi encerrado com um encontro com representantes da gestão municipal. Na reunião, o sindicato debateu suas demandas.
No entanto, na luta por garantir o avanço da pauta dos professores, o sindicato tem adotado a estratégia de mirar no próprio secretário Idilvan Alencar, que está licenciado do mandato de deputado federal, mas deve tentar a reeleição em 2026. Os atritos com o gestor começaram em 14 de fevereiro, antes de a Prefeitura de Fortaleza conceder o reajuste salarial de 6,27% à categoria. O sindicato publicou uma nota contra uma declaração do secretário.
Segundo a nota do Sindiute, o gestor teria afirmado que os indicadores educacionais da Capital “nunca foram bons” e que buscaria ajuda do Ministério da Educação para reverter o quadro. O sindicato tomou a fala como uma crítica à atuação dos professores e entendeu a declaração como uma “levianidade”, sendo “desrespeitosas e descoladas da realidade”. Fortaleza é a capital brasileira com melhor índice de alfabetização na idade certa.
Pouco mais de um mês depois, houve o pedido de suspensão da tramitação de um processo de precatórios, por parte da Prefeitura de Fortaleza. O sindicato acusou o prefeito Evandro Leitão (PT) de tentar dar um “calote” nos professores e adiar o pagamento dos precatórios, dívidas União referentes aos repasses do Fundef entre 2017 e 2020. A cifra é milionária.
Idilvan declarou que não sabia de nada, que o pedido de suspensão teria saído do próprio prefeito e da Procuradoria Geral do Município, sem que fosse consultado. Depois, usou as redes sociais para anunciar o recuo do pedido de suspensão e o retorno da tramitação normal do processo. Segundo o secretário, a decisão pelo recuo se deu após uma conversa com o prefeito, na qual ele teria decidido recuar.
No entanto, o recuo só ocorreu após a presidente do Sindiute, Ana Cristina, pedir que os professores fossem às redes sociais do secretário e do prefeito cobrar a medida. Além disso, Cristina também teceu duras críticas ao secretário e ao prefeito, ameaçando fazer campanha contra Idilvan em 2026.
A disputa ganhou um novo capítulo ontem, quando o sindicato subiu o tom e divulgou um vídeo atacando o secretário. O material traz uma sátira da música “Al Capone”, de Raul Seixas, para fazer críticas a Idilvan: “Secretário Idilvan / Promete e nada acontece / Promete que nunca falha / E falha sempre que promete”, traz o refrão vídeo.
O material começa reforçando que Idilvan foi eleito com o voto dos professores. Na semana passada. O secretário voltou a se mobilizar nas redes para se defender por meio de seus apoiadores. Nas redes sociais, as opiniões sobre o vídeo traziam críticas ao material, chamado de “perseguição contra o secretário”; e apoio ao ataque. Houve quem pedisse o retorno de Dalila Saldanha ao comando da Educação municipal. Dalila ocupou o cargo na gestão do ex-prefeito José Sarto (PDT).
(Por Maurício Moreira)
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