A JBS (JBSS3) registrou lucro líquido de R$ 2,4 bilhões no quarto trimestre de 2024, um crescimento de 2.806% em relação aos R$ 82,6 milhões registrados no mesmo período de 2023. No acumulado do ano, a companhia reverteu o prejuízo de R$ 1,1 bilhão em 2023 e obteve um lucro de R$ 9,6 bilhões.
O lucro líquido ajustado, que exclui itens não recorrentes, foi de R$ 5,7 bilhões no trimestre e R$ 14 bilhões no ano.
Com o resultado, as ações da JBS abriram o pregão em alta de quase 2%, no entanto, ao final da primeira hora de negociações, os papéis JBSS3 reverteram o sinal, com uma queda de 1,77%.
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Receita cresce e Ebitda dobra no trimestre
A receita líquida consolidada da JBS atingiu R$ 116,7 bilhões no 4º trimestre, um aumento de 21,1% em relação ao mesmo trimestre de 2023 e 5,6% superior ao terceiro trimestre. No acumulado do ano, a receita totalizou R$ 417 bilhões, um crescimento anual de 14,6%.
O Ebitda ajustado consolidado somou R$ 10,8 bilhões no trimestre, alta de 111,4% na comparação anual, mas queda de 9,6% em relação ao trimestre anterior. No ano, o Ebitda alcançou R$ 39 bilhões, mais que o dobro do registrado em 2023, com margem de 9,4%.
O CEO Global da JBS, Gilberto Tomazoni, destacou que os números demonstram a força da estratégia global da empresa. “Nossa plataforma multiproteínas e a assertividade da gestão operacional nos permitem capturar oportunidades nos mais variados ciclos e geografias”, afirmou no relatório de resultados.
Destaques operacionais da JBS
Entre as principais unidades de negócios da JBS, os destaques no 4º trimestre foram:
- JBS Beef North America: Registrou melhora nos resultados, apesar do cenário desafiador nos EUA.
- Pilgrim’s Pride: Alcançou a melhor performance da história, com margem de 14,7% no trimestre e 15,2% no ano.
- JBS USA Pork: Manteve crescimento, atingindo 13,2% de margem anual, quase 7 pontos percentuais acima de 2023.
- Seara (Brasil): Recuperação expressiva, com margem de 19,8% no trimestre e 17,7% no ano, impulsionada por melhorias operacionais e comerciais.
- JBS Brasil: Margem de 7,7% no ano, beneficiada pelo aumento das vendas de bovinos e produtividade recorde.
- JBS Austrália: Ciclo favorável deve continuar nos próximos trimestres, com margem anual de 9,9%, puxada pelo aumento das exportações para os EUA.
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Alavancagem e endividamento
A JBS reduziu sua alavancagem financeira, que passou de 4,42 vezes para 1,89 vez em dólar na comparação anual. Durante o ano, a companhia também reduziu sua dívida líquida em US$ 1,7 bilhão.
Entre as operações de captação e gestão de passivos realizadas em 2024, a empresa destacou:
- Emissão de Certificados de Recebíveis do Agronegócio (CRA): R$ 1,875 bilhão em maio e R$ 1,5 bilhão em outubro.
- Criação de programa de Commercial Paper: até US$ 1 bilhão em dezembro.
Listagem da JBS nos EUA e fim do guidance
A JBS reforçou seu compromisso com a dupla listagem de suas ações no Brasil e nos Estados Unidos. Segundo Tomazoni, a medida deve fortalecer a governança da companhia e atrair uma base mais ampla de investidores.
A empresa também anunciou que não divulgará mais projeções (guidance) de receita líquida e Ebitda ajustado, encerrando esse modelo de comunicação ao mercado.
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Mercado considera balanço como positivo
O Citi avaliou o desempenho da JBS como positivo, destacando que o Ebitda ficou 9% acima do consenso do mercado. Segundo os analistas Renata Cabral e Tiago Harduim, “a JBS apresentou um desempenho estelar em 2024, com um Ebitda de R$ 39 bilhões — quase dobrando as expectativas iniciais”.
O banco também ressaltou que a alavancagem da empresa caiu significativamente, permitindo a distribuição de um dividendo elevado.
O Citi manteve a recomendação de compra para as ações da JBS, com preço-alvo de R$ 46, uma potencial de valorização de 12,9% em relação ao último fechamento.
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