A inflação na Região Metropolitana de Fortaleza (RMF) registrou uma forte aceleração em fevereiro de 2025, atingindo 1,03%, segundo o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), divulgado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) nessa quarta-feira (12/03). O avanço representa um salto significativo em relação à taxa de janeiro (0,11%). No entanto, o índice da capital cearense ficou abaixo da média nacional, que atingiu 1,31%, o maior patamar para um mês de fevereiro desde 2003.
Apesar da alta mensal, a inflação acumulada na RMF ainda se mantém inferior à do país. No ano, o IPCA local soma 1,14%, contra 1,47% da média nacional. Nos últimos 12 meses, Fortaleza acumula 4,52%, enquanto o Brasil como um todo registra 5,06%.
Destaques
O aumento do índice em fevereiro foi impulsionado pelos grupos Educação (4,79%) e Habitação (3,95%), sendo este último pressionado pela disparada da energia elétrica residencial, que subiu 15,35%. Essa alta reflete os reajustes tarifários e a retirada de descontos temporários concedidos no mês anterior.
Em contrapartida, Transportes recuaram (-0,86%), puxados por uma queda expressiva nas passagens aéreas (-18,56%), no transporte público (-2,70%) e no preço da gasolina (-3,31%). Outros grupos que registraram deflação foram Vestuário (-0,54%), Despesas Pessoais (0,45%) e Comunicação (-0,13%), aliviando o impacto da inflação geral.
Na avaliação da economista e conselheira do Conselho Regional de Economia do Ceará (Corecon-CE), Desirée Mota, isso se deve a alguns fatores, e o principal é a questão da oferta e da demanda. “É a lei de mercado, onde os preços podem variar em função da procura para um determinado produto. Uma outra questão é as questões cambiais, que também acarretam e oneram o preço também. Eu diria que algumas políticas públicas implementadas pelo governo do estado também fizeram com que os preços fossem menores aqui no nosso estado, e também a questão da economia local, em função de que alguns produtos do nosso estado têm características próprias, ele consegue ser vendidos por um preço mais acessível. Então, esses são alguns fatores que fizeram com que a inflação do nosso estado fosse menor do que a do Brasil”.
Famílias
O Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC), que mede a variação dos preços para famílias com renda de até cinco salários mínimos, registrou alta de 1,10% na RMF em fevereiro. O acumulado do ano está em 1,19%, e nos últimos 12 meses, o índice atingiu 4,49%, acima dos 4,20% registrados no período anterior. Os alimentos, que são um dos principais componentes do INPC, mostraram desaceleração, passando de 1,24% em janeiro para 0,69% em fevereiro, um alívio para as famílias de menor renda.
Nacional
No cenário nacional, a inflação de fevereiro foi de 1,31%, a mais alta para o mês desde 2003 (1,57%). Os grupos que mais influenciaram a alta foram Educação (4,70%), impulsionado pelos reajustes anuais das mensalidades escolares, e Habitação (4,44%), fortemente impactado pela alta de 16,80% na energia elétrica residencial. Juntos, os grupos Educação, Habitação, Alimentação e Transportes responderam por 92% do IPCA nacional em fevereiro, refletindo tanto fatores sazonais quanto reajustes tarifários.
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