Em 2025, o debate sobre as novas regras para o acesso ao Benefício de Prestação Continuada (BPC) continua a gerar discussões no Brasil. A lei sancionada no final de 2024 pelo presidente Lula trouxe mudanças significativas, como a obrigatoriedade do cadastro biométrico e a atualização cadastral periódica. Essas medidas visam a garantir maior controle e transparência, mas têm sido alvo de críticas por parte de entidades que defendem os direitos dos beneficiários.
A Associação Brasileira de Advogados (ABA) entrou com uma ação no Supremo Tribunal Federal (STF) questionando a constitucionalidade dessas mudanças. Segundo a entidade, as novas exigências podem excluir pessoas em situação de vulnerabilidade, especialmente em regiões com infraestrutura precária. O ministro Nunes Marques, relator do caso, optou por um rito abreviado, destacando a importância social do tema.
Quais são as principais mudanças na lei do BPC?

A nova legislação introduziu uma série de requisitos para que os beneficiários do BPC possam continuar a receber o auxílio. Entre as principais mudanças estão:
- Cadastro biométrico: Agora é necessário que os beneficiários realizem um cadastro biométrico para garantir a autenticidade das informações.
- Atualização cadastral periódica: Os beneficiários devem atualizar seus dados regularmente, sob pena de suspensão do benefício.
- Revisão de critérios de elegibilidade: A lei também revisou os critérios de renda e outras condições para o acesso ao benefício.
Essas medidas foram justificadas pelo governo como parte de um esforço para reduzir fraudes e otimizar os recursos destinados ao BPC. No entanto, a implementação dessas regras tem gerado preocupações sobre o acesso de populações em áreas remotas ou com dificuldades de locomoção.
Quais são os argumentos contra as novas regras do BPC?
A ABA argumenta que as novas exigências ignoram a realidade de muitas regiões do Brasil, onde a infraestrutura básica é insuficiente. A entidade destaca que a falta de acesso à tecnologia e a complexidade burocrática podem dificultar o cumprimento das novas regras por parte dos beneficiários. Além disso, a atualização cadastral periódica pode ser um desafio para idosos e pessoas com deficiência, que são os principais destinatários do BPC.
Outro ponto levantado é a possibilidade de exclusão social. As dificuldades de locomoção e a falta de acesso a serviços essenciais em áreas rurais e periferias urbanas podem impedir que muitos beneficiários consigam cumprir as novas exigências, resultando na suspensão do benefício.
O que esperar do julgamento no STF?
O julgamento no Supremo Tribunal Federal será um momento crucial para definir o futuro das novas regras do BPC. O ministro Nunes Marques já destacou a relevância social do tema, e a decisão poderá ter um impacto significativo na vida de milhares de brasileiros que dependem desse benefício para sua subsistência.
A Advocacia-Geral da União (AGU) e a Procuradoria-Geral da República (PGR) ainda deverão se manifestar sobre o caso. Após essas manifestações, o processo estará pronto para ser julgado em plenário. A expectativa é que o STF considere não apenas os aspectos legais, mas também as implicações sociais das mudanças propostas.
Enquanto o julgamento não ocorre, o debate sobre as novas regras do BPC continua a mobilizar a sociedade civil e as instituições governamentais, destacando a importância de políticas públicas que equilibrem controle e inclusão social.
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