Commodities: Café despenca após recuperação judicial de exportadora

O mercado de café registrou forte queda nesta quinta-feira (6), revertendo os cenários mistos dos últimos dias. A commodity também foi impactada no pregão pela crise financeira do Grupo Montesanto Tavares, um dos maiores exportadores de café do Brasil.

A empresa protocolou um pedido recuperação judicial na última semana com uma dívida de R$ 2,13 bilhões. A instabilidade financeira teria sido agravada pela volatilidade do mercado e por posições financeiras alavancadas, o que exigiu depósitos adicionais para cobrir oscilações no mercado futuro.

Segundo a análise de Guto Gioielli, fundador do Portal das Commodities, a crise reflete riscos da especulação financeira, especialmente quando há exposição excessiva a oscilações de preços sem mecanismos adequados de proteção. Veja a análise na íntegra:

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Impacto da recuperação judicial na indústria do café

O pedido de recuperação protocolado na 2ª Vara Empresarial de Belo Horizonte, incluiu também as subsidiárias Atlântica Exportação e Importação, Cafe Bras, Montesanto Tavares Group e Companhia Mineira de Investimentos em Café.

A empresa já havia tentado negociar dívidas com credores, mas sem sucesso. Entre os principais credores estão Banco do Brasil, Santander, Safra, Bradesco, BTG Pactual e Itaú.

Os contratos de café arábica para maio fecharam em forte queda de 5,40% em Chicago, negociados a US$ 387,80, perdendo o nível dos US$ 400. Já o café robusta para maio fechou em queda de 3,81%, aos US$ 428.

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Milho e soja reagem a mudanças no comércio exterior

O milho teve recuperação com a retirada de embargos do México, fortalecendo as exportações brasileiras. Os contratos do grão para maio fecharam em alta tanto no Brasil quanto nos Estados Unidos, subindo 0,48%, aos R$ 82,09 e 1,76%, aos US$ 463,75, respectivamente.

Já a soja apresentou volatilidade devido às políticas comerciais da China, que impôs restrições ao produto dos EUA, alterando a dinâmica do mercado global. Ainda assim, a commodity encerrou o dia em alta de 1,63%, aos US$ 1.028.

Guerra segue pressionando petróleo

O petróleo reverteu os patamares de queda ao final do pregão e fechou em alta, pressionado pelo aumento da produção da Opep e a possibilidade de um acordo entre Rússia e Ucrânia. As tensões geopolíticas seguem influenciando os preços, principalmente após os Estados Unidos reduzirem o apoio militar à Ucrânia.

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O Brent para maio fechou em alta de 0,23%, a US$ 69,46 por barril, na ICE, enquanto WTI para abril subiu 0,07%, a US$ 66,36 por barril, na Nymex.

Mercado do boi em transição

No setor pecuário, o boi teve leve alta, mas ainda opera com tendência de queda. A transição do ciclo pecuário, com maior retenção de fêmeas, pode levar a um ajuste nos preços nos próximos meses. As exportações e a demanda interna serão determinantes para a direção do mercado.

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