A guerra comercial de Trump voltou a ecoar com força após o discurso do presidente norte-americano na sessão conjunta do Congresso, na noite de terça-feira, 4 de março. Em tom de campanha, Trump prometeu ações “rápidas e implacáveis” para inaugurar “a maior e mais bem-sucedida era da história dos Estados Unidos”.
No mesmo dia, entraram em vigor sobretaxas de 25% impostas ao México e ao Canadá. A medida, anunciada horas antes do discurso, marcou o início de uma nova ofensiva comercial de Trump contra os vizinhos, que responderam imediatamente com retaliações.
Trump também citou Brasil, China e União Europeia como alvos, acusando-os de impor tarifas “injustas” sobre produtos norte-americanos. A promessa de ampliar a guerra comercial de Trump já preocupa mercados globais, incluindo o brasileiro, que observa os desdobramentos com atenção.
No Brasil, o Ibovespa, que voltou do Carnaval com baixa liquidez, sente os efeitos das incertezas. Investidores estão de olho na meta de crescimento da China – mantida em 5% apesar das tensões – e na guerra comercial de Trump, que pode impactar o comércio global, segundo o Seu Dinheiro.
Enquanto isso, Trump propôs medidas nacionalistas no discurso. Ele prometeu construir um “domo dourado” para proteger o território dos EUA, afirmando que a tecnologia atual permite isso. “Agora temos a tecnologia para fazê-lo”, disse.
O presidente também anunciou planos de criar um departamento para construir navios nos Estados Unidos. A ideia é recuperar o Canal do Panamá, essencial para o comércio global, e assumir o controle da Groenlândia, que Trump considera “necessária para a segurança dos EUA”.
“Realizamos mais em 43 dias do que a maioria das administrações realiza em quatro ou oito anos”, afirmou Trump, celebrando o início de seu segundo mandato. “E estamos apenas começando”, completou, em um tom de autoelogio que marcou o discurso.
Horas após as sobretaxas, o secretário de Comércio dos EUA, Howard Lutnick, trouxe um sinal de alívio. Ele afirmou que Trump “provavelmente” anunciaria hoje um acordo para reduzir as tarifas impostas ao México e ao Canadá, em um movimento de morde-assopra típico do governo.
Além da guerra comercial, Trump abordou o conflito na Ucrânia. Após suspender a ajuda militar americana no fim de semana e criticar Volodymyr Zelensky no Salão Oval, o presidente disse ter recebido uma carta do líder ucraniano. “Ele está pronto para negociar o fim do conflito”, revelou.
Trump também afirmou que a Rússia quer encerrar a guerra. “Tivemos conversas sérias com a Rússia e recebemos fortes sinais de que eles estão prontos para a paz”, declarou, atribuindo o progresso à sua “forte liderança”.
“Não seria lindo?”, questionou Trump, ao imaginar um desfecho para o conflito. No entanto, a Europa não compartilha do mesmo otimismo. A presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, anunciou um plano para mobilizar 800 bilhões de euros (R$ 4,9 trilhões) para reforçar a segurança do bloco.
O rearmamento europeu, segundo observadores, traz ecos históricos preocupantes. A mobilização militar foi um fator central nas Primeiras e Segundas Guerras Mundiais, e a Europa viveu apenas 45 anos de paz entre 1945 e os conflitos da Iugoslávia, nos anos 1990.
Nos EUA, a história também é marcada por conflitos. Desde a Declaração de Independência em 1776 até 2020, o país teve apenas 17 anos de paz, intercalados, em quase 250 anos, conforme dados históricos citados pelo Seu Dinheiro.
A guerra comercial de Trump, somada às tensões globais, cria um cenário de incerteza. No Brasil, o mercado financeiro acompanha de perto, enquanto a China mantém sua meta de crescimento em 5%, mesmo sob pressão das tarifas americanas, segundo o Seu Dinheiro.
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