O mercado financeiro brasileiro iniciou a semana com forte aversão ao risco. Nesta segunda-feira (24/02), o dólar fechou em alta de 0,44%, cotado a R$ 5,7545, enquanto o Ibovespa recuou 1,35%, encerrando o pregão aos 125.401 pontos. A sessão foi marcada pelo aumento das preocupações com a inflação persistente, a expectativa de novas tarifas comerciais nos Estados Unidos, além da sinalização de um mercado de trabalho mais aquecido no Brasil.
Os juros futuros também subiram, refletindo o temor de um Banco Central mais agressivo na condução da política monetária. O contrato de juro futuro para junho deste ano subiu de 13,96% para 14,02%, enquanto o contrato para julho de 2030 avançou de 14,31% para 14,44%.
O pessimismo aumentou após o ministro do Trabalho, Luiz Marinho, afirmar que o Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged) de janeiro deverá apontar a criação de 100 mil vagas formais, número bem acima das 48 mil previstas.
Atualmente, a inflação acumulada nos últimos dois meses está em 4,56%, e as expectativas para o IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo) continuam em alta. Segundo a pesquisa Focus, divulgada pelo Banco Central, a projeção para o IPCA ao fim de 2025 subiu de 5,60% para 5,65%, marcando a 19ª semana consecutiva de revisão para cima. Para 2026, a previsão também aumentou de 4,35% para 4,40%.
Diante desse cenário, os investidores monitoram de perto as decisões do Banco Central, que pode manter a taxa básica de juros em patamares elevados por mais tempo para conter a alta dos preços. Atualmente, a Selic está em 13,25%. Além das questões domésticas, o mercado global está atento às possíveis mudanças nos planos tarifários dos EUA. O presidente norte-americano Donald Trump tem sinalizado novas medidas protecionistas, o que poderia afetar o comércio global e trazer volatilidade para os mercados emergentes, como o Brasil.
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