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Em 6 de janeiro passado, a Fhemig fechou o bloco cirúrgico do HMAL e transferiu para o Hospital João XXIII as cirurgias ortopédicas e de trauma que eram feitas na unidade. Funcionários denunciam retirada de camas do Hospital Maria Amélia Lins, em BH
Funcionários denunciaram que camas do Hospital Maria Amélia Lins (HMAL) estão sendo transferidas para o Hospital de Pronto-Socorro João XXIII, ambos localizados em Belo Horizonte.
Um funcionário, que não quis se identificar, disse que a mudança dos equipamentos, levados de um hospital para outro, nesta segunda-feira (24), acontece sem qualquer documentação para formalizar o procedimento.
Ele disse ainda que o resultado do desvio “é uma unidade hospitalar esvaziada de um lado e outra superlotada do outro”. No caso, o João XXIII.
“Eles chegaram e retiraram. Imagino que comunicaram ao coordenador de enfermagem, mas na portaria não havia nenhum documento. Eu estava lá nas duas saídas tanto das camas como dos monitores. Aparentemente eram três monitores dentro de um carrinho de supermercado levando manualmente”, disse o funcionário.
Bloco cirúrgico fechado
Em 6 de janeiro passado, a Fundação Hospitalar do Estado de Minas Gerais (Fhemig), responsável pela administração dos dos hospitais, interrompeu o funcionamento do bloco cirúrgico do Amélia Lins sob o pretexto dos equipamentos estarem defasados e danificados. Desde o fechamento, as cirurgias ortopédicas e de trauma que eram feitas no Amélia Lins – cerca de 230 por mês – foram transferidas para o Hospital João XXIII.
Na porta do Hospital Maria Amélia Lins, foram colocadas faixas em protesto contra o fechamento do bloco cirúrgico. Essa situação, juntamente com a transferência de camas hospitalares, indica que outro hospital está sendo sobrecarregado, também na visão do sindicato que representa os servidores da saúde.
A diretora executiva do Sind-Saúde/MG, Neuza Freitas, disse que a solução para o problema não passa pela transferência de camas hospitalares de uma unidade para outra.
Leitos vazios no Hospital Maria Amélia Lins
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Reabertura
A Fhemig, segundo ela, informou que vai reabrir o bloco cirúrgico no Maria Amélia Lins no mês de março. Mas o sindicato estranha a movimentação registrada nesta segunda-feira por servidores que trabalham por lá.
“Se vai reabrir o bloco cirúrgico em março por que está esvaziando o hospital retirando as camas hospitalares? Já temos uma enfermaria fechada há mais de dois anos, agora o bloco cirúrgico está fechado e começaram a retirar as camas hospitalares. É uma grande preocupação mesmo porque já existe uma sobrecarga no Hospital João XXIII”, disse ela.
Outro lado
O diretor assistencial do Complexo Hospitalar de Urgência, que inclui o João XXIII e o Maria Amélia Lins, Samuel Cruz, afirmou que não existe previsão de fechamento do Amélia Lins. Ele justificou que as camas só foram transferidas porque estavam ociosas, já que o hospital passa por obras.
Atualmente, não existe superlotação, segundo o diretor. Os equipamentos foram para o João XXIII por prevenção, porque o carnaval se aproxima e o movimento no hospital pode aumentar.
“Nesse momento nós operamos com 74% de ocupação hospitalar. No Pronto-socorro na estratificação que a gente faz de plano de capacidade plena nós consideramos 4 níveis, nós estamos no nível 2. Ao longo da semana, a gente vai acompanhando isso. Segunda-feira tradicionalmente é o pior dia. Essas camas que vieram pro Hospital João XXIII não estão sendo utilizadas nesse momento. Inclusive a gente tem de prontidão para que elas sejam imediatamente utilizadas em caso de necessidade”, disse o diretor.
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