Crianças palestinas assistem ao “desfile” de caixões de reféns israelenses organizado pelo Hamas

Devolução dos restos mortais de quatro civis, incluindo os de duas crianças pequenas, foi marcada por violações do direito internacional, segundo a ONU

Frame de vídeo mostra multidão que assistia a entrega dos corpos, incluindo várias crianças. (Reprodução via redes sociais da StandWithUs Brasil)

A entrega dos corpos de quatro civis israelenses sequestrados no atentado de 7 de outubro de 2023 aconteceu hoje (20) em Khan Younis, na Faixa de Gaza, e contou com um palco no qual membros encapuzados e armados do grupo terrorista mostraram quatro caixões pretos com fotos de Oded Lifshitz, Shiri, Kfir e Ariel Bibas, assim como um cartaz com uma imagem alterada de Benjamin Netanyahu, primeiro-ministro de Israel, como um vampiro ensanguentado.

Dentre a multidão majoritariamente masculina que presenciava o desfile, era possível observar adultos que trouxeram crianças para assistirem ao evento.

“Essa crueldade define o Hamas. Enquanto crianças continuarem sendo educadas para odiar judeus e israelenses, a paz será impossível”, afirma André Lajst, cientista político especialista em Oriente Médio e presidente-executivo da StandWithUs Brasil.

“A cada semana, durante a libertação de reféns israelenses prevista no recente acordo de cessar-fogo, o Hamas expõe sua verdadeira face ao mundo. Espero que aqueles que após o 7 de outubro, maior atentado cometido contra os judeus após o Holocausto, saíram às ruas apoiando o grupo terrorista, entendam com quem Israel está lutando. As imagens de hoje são tão chocantes que até a ONU, após meses de silêncio a respeito das diversas violações cometidas pelo Hamas, se manifestou.”

O chefe de Direitos Humanos das Nações Unidas repudiou, em comunicado, a forma com que o grupo terrorista Hamas entregou os corpos aos membros da Cruz Vermelha. Volker Turker considerou o “desfile” de caixões em Gaza como “abominável”, e aponta que a ação vai contra o direito internacional.

“De acordo com o direito internacional, qualquer entrega dos restos mortais de pessoas falecidas deve obedecer à proibição de tratamento cruel, desumano ou degradante, garantindo o respeito à dignidade das pessoas falecidas e de suas famílias”, disse o representante da ONU.

ONU, terrorismo e educação palestina

Em Gaza, a UNRWA, a agência da ONU para refugiados palestinos, conta com inúmeras denúncias de envolvimento com terrorismo. De acordo com o The Wall Street Journal, pelo menos 12 funcionários da UNRWA participaram do massacre do dia 7 de outubro e cerca de 1.200 dos empregados pela organização na Faixa de Gaza – o equivalente a 10% da força de trabalho – possuem algum tipo de ligação com o Hamas e a Jihad Islâmica, grupos terroristas palestinos.

A própria ONU reconheceu a legitimidade das denúncias feitas por Israel e demitiu nove pessoas.

A UNRWA também administra as escolas palestinas, nas quais os alunos são ensinados a serem antissemitas e a favor do terrorismo.

Um relatório denunciou que o currículo escolar de escolas palestinas contém conteúdos antissemitas, que incentivam a jihad e a violência, celebram terroristas, deslegitimam Israel e rejeitam ideias de pacificação e reconciliação na região.

Além disso, os alunos aprendem que aqueles que morrem como mártires enquanto matam “infiéis” de religiões não-muçulmanas (cristãos, judeus, politeístas) receberão a graça de Deus.

Dezenas de professores e funcionários da UNRWA na Cisjordânia, Líbano e Jordânia também foram denunciados e demitidos nos últimos anos pela incitação ao ódio contra judeus e glorificação do terrorismo, inclusive nas redes sociais, comportamento que viola as políticas internas das Nações Unidas e da UNRWA relativas à neutralidade e imparcialidade dos funcionários.

“As crianças palestinas nascem e crescem aprendendo a reproduzir mensagens de ódio contra Israel e contra judeus, vindas não só de seus pais mas também do próprio sistema educacional. A paz só será possível quando as novas gerações não forem ensinadas a odiar. Porém, é difícil imaginar um futuro assim tão cedo, observando o Hamas encorajando famílias palestinas a levarem seus filhos para celebrar a morte de judeus – com crianças palestinas celebrando a morte de crianças israelenses”, ressalta Lajst.

Em contrapartida, o Ministério da Educação de Israel emitiu recomendações a pais e professores de crianças que foram expostas às notícias sobre os quatro reféns mortos devolvidos a Israel hoje e que podem estar preocupadas com o assunto.

A autoridade recomendou aos pais abordar o assunto de acordo com a idade da criança, seu estágio de desenvolvimento e a proximidade do evento, minimizando ao máximo a exposição a notícias e imagens perturbadoras.

A membros de equipes educacionais, a orientação foi que não iniciem discussões sobre o tópico em jardins de infância e escolas primárias.

Contatos da assessoria Alinne AguiarWhatsApp: (11) 98922-3495E-mail: [email protected] Laura AlegreWhatsApp: (11) 99655-9094E-mail: [email protected]

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