Resultado da Vale no 4T24: registra prejuízo aos acionistas

O resultado da Vale no 4T24 revelou um cenário desafiador para a companhia, com uma queda expressiva no lucro líquido proforma, que totalizou US$ 0,9 bilhão, representando uma redução de 64% em relação ao mesmo período do ano anterior. Essa queda foi impulsionada, principalmente, pela desvalorização do real (BRL) e menores resultados financeiros, refletindo a marcação a mercado de swaps de obrigações.

Principais indicadores do resultado da Vale no 4T24

  • Lucro líquido proforma: US$ 0,9 bilhão (-64% a/a)
  • EBITDA proforma: US$ 4,1 bilhões (-40% a/a)
  • Receita líquida de vendas: US$ 10,1 bilhões (-22% a/a)
  • Fluxo de caixa livre: US$ 100 milhões negativos
  • Dívida líquida: US$ 10,5 bilhões (+10% a/a)

Impacto dos preços do minério de ferro no resultado da Vale no 4T24

A redução da margem EBITDA foi um dos principais fatores para a queda no lucro. O resultado da Vale no 4T24 foi diretamente impactado pelos menores preços do minério de ferro, cuja referência caiu 21% em relação ao ano anterior, atingindo US$ 93/t.

A empresa adotou uma estratégia para minimizar essa queda por meio da otimização do portfólio, priorizando produtos de maior margem e aumentando o prêmio all-in para US$ 4,6/t no trimestre. Essa iniciativa representou uma recuperação de US$ 2,9/t em relação ao trimestre anterior.

Eficiência operacional e redução de custos

A Vale implementou diversas medidas para aprimorar a eficiência operacional e reduzir custos, permitindo que o custo caixa C1 do minério de ferro atingisse US$ 18,8/t, o menor nível desde o 1T22. No acumulado de 2024, o C1 atingiu US$ 21,8/t, posicionando-se no limite inferior do guidance projetado.

Entre os fatores que contribuíram para essa redução de custos estão:

  • Estabilidade operacional, que garantiu maior previsibilidade nas operações;
  • Implementação de novas iniciativas de eficiência, gerando mais produtividade;
  • Desvalorização do real (BRL), que reduziu os custos denominados na moeda local.

Destaques dos segmentos de negócio no resultado da Vale no 4T24

Minério de Ferro

  • Volume de vendas de finos: 69,9 Mt (-10% a/a)
  • Volume de vendas de pelotas: 10,1 Mt (-2% a/a)
  • EBITDA do segmento: US$ 4,0 bilhões (-39% a/a)

Os embarques de minério de ferro se mantiveram estáveis em relação ao trimestre anterior, mas apresentaram queda de 9,1 Mt na comparação anual, resultado da estratégia da empresa de priorizar produtos de maior valor agregado.

Metais para Transição Energética

  • EBITDA do cobre: US$ 526 milhões (+40% a/a)
  • EBITDA do níquel: US$ 55 milhões (-64% a/a)

O segmento de cobre apresentou um desempenho positivo, com crescimento de 40% no EBITDA, impulsionado pelo aumento dos preços do metal e melhores receitas de subprodutos, como ouro. Por outro lado, o setor de níquel enfrentou desafios, registrando um declínio de 64% no EBITDA, impactado por menores preços e volumes de vendas reduzidos.

Investimentos e perspectivas para 2025

O resultado da Vale no 4T24 também destacou um investimento robusto da empresa ao longo do ano, totalizando US$ 6,0 bilhões. Para 2025, a companhia revisou seu guidance de CAPEX para US$ 5,9 bilhões, refletindo ganhos de eficiência nos projetos.

Entre os investimentos mais estratégicos estão:

  • Projeto Capanema: Comissionamento iniciado em novembro de 2024, agregando 15 Mtpa ao Complexo de Mariana;
  • Projeto VBME: Construção e comissionamento concluídos, com ramp-up total previsto para o segundo semestre de 2026;
  • Programa Novo Carajás: Expansão da mineração de ferro e cobre na região, com foco em tecnologia e sustentabilidade.

ESG e segurança no resultado da Vale no 4T24

A Vale avançou significativamente em sua agenda ESG (Ambiental, Social e Governança), atingindo 57% de conclusão no programa de descaracterização de barragens. No 4T24, a empresa eliminou mais quatro barragens e está próxima de finalizar a remoção da última barragem em nível 3 de emergência.

No âmbito social, houve progresso na reparação dos danos de Brumadinho, com R$ 3,8 bilhões pagos em indenizações individuais desde 2019.

Projeções para 2025 e impacto no mercado

O resultado da Vale no 4T24 sinaliza que a companhia entra em 2025 com um cenário desafiador, mas com perspectivas de recuperação. A empresa reforçou seu compromisso com a eficiência operacional, a sustentabilidade e uma gestão disciplinada de capital.

Os custos all-in do minério de ferro são projetados para ficarem entre US$ 53-57/t, enquanto o custo caixa C1 deve variar entre US$ 20,5-22/t, dependendo do câmbio BRL/USD.

Além disso, a volatilidade no mercado global pode afetar diretamente os preços do minério de ferro, o que exige da Vale uma estratégia de resiliência operacional e diversificação de portfólio para garantir maior previsibilidade financeira.

Conclusão

O resultado da Vale no 4T24 mostrou um desempenho misto, com desafios relacionados à queda no lucro líquido e pressões sobre o mercado de minério de ferro. No entanto, a empresa demonstrou resiliência por meio da redução de custos, investimentos estratégicos e avanços na agenda ESG.

Com um portfólio robusto e uma abordagem focada na gestão eficiente de capital, a Vale segue como uma das líderes do setor, buscando equilibrar crescimento, segurança e retorno aos acionistas.

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