A inflação dos alimentos voltou a afetar o bolso dos brasileiros, e desta vez, o impacto foi sentido no preço dos ovos brancos e vermelhos. De acordo com um levantamento do Cepea (Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada), a alta chegou a 95,6% na Grande Belo Horizonte, onde a caixa com 30 dúzias de ovos brancos passou de R$ 128 para R$ 250.
O aumento não foi um caso isolado. Em Santa Maria de Jetibá (ES), a alta foi de 88%, enquanto na Grande São Paulo os preços subiram 71,9%. Bastos (SP), um dos principais polos produtores do Brasil, registrou aumento de 69,4%, e Recife (PE) teve alta de 63%. Já os ovos vermelhos também ficaram mais caros, com reajustes entre 64% e 83%, dependendo da região.
O motivo para esse aumento expressivo está relacionado a dois fatores principais: oferta limitada e alta demanda. O Cepea explica que a produção de ovos tem enfrentado dificuldades para atender os clientes regulares, enquanto a busca por novos compradores cresce a cada semana.
Além disso, o período de recebimento de salários e o retorno das aulas escolares impulsionaram ainda mais a procura, mantendo os preços elevados.
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Supermercados alertam para alta nos preços e impacto no consumidor
Diante do aumento expressivo no preço dos ovos, a Associação Brasileira de Supermercados (Abras) emitiu um alerta, destacando que os fornecedores repassaram reajustes significativos ao varejo. Em muitos estabelecimentos, a alta já chega a 40%, afetando diretamente o consumidor final.
Segundo Marcio Milan, vice-presidente da Abras, o momento é desafiador:
“As empresas iniciaram o abastecimento das lojas para atender à demanda sazonal da Quaresma, mas a restrição na oferta e os aumentos de preços preocupam os supermercados. Além disso, o consumidor também tem recorrido mais aos ovos devido à alta das demais proteínas.”
Com a disparada dos preços da carne e do frango nos últimos meses, os ovos passaram a ser uma alternativa mais acessível para muitos brasileiros. No entanto, com o aumento atual, essa opção também começa a pesar no orçamento das famílias.
O peso médio dos ovos diminuiu: o que isso significa para o consumidor?
Além da alta nos preços, outro fator tem impactado os consumidores: a redução no peso médio dos ovos.
Com a entrada em vigor da Portaria SDA nº 1.179, do Ministério da Agricultura e Pecuária, a classificação dos ovos foi alterada, resultando em uma redução de quase 10 gramas por unidade.
Isso significa que, mesmo pagando mais caro, o consumidor está levando ovos menores para casa, o que compromete o custo-benefício do produto.
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Por que a inflação dos alimentos está pressionando o preço dos ovos?
A inflação dos alimentos tem sido impulsionada por diversos fatores nos últimos meses, e o preço dos ovos reflete essa tendência. Entre as principais razões para essa alta, destacam-se:
- Custo dos insumos: A alimentação das galinhas, baseada em milho e soja, ficou mais cara devido à valorização desses grãos no mercado internacional.
- Aumento da demanda: Ovos se tornaram uma alternativa mais barata às carnes, elevando o consumo.
- Problemas climáticos: Altas temperaturas afetam a produtividade das granjas, reduzindo a oferta.
- Custos logísticos elevados: O transporte dos produtos até os supermercados também encarece o preço final.
Esses fatores combinados resultam em uma oferta mais restrita e preços elevados, pressionando ainda mais o orçamento dos brasileiros.
Tendência de preços: os ovos continuarão subindo?
Especialistas acreditam que o preço dos ovos deve permanecer alto nas próximas semanas, especialmente devido ao impacto da demanda sazonal da Quaresma.
Além disso, se os custos com insumos e logística não apresentarem alívio, os preços podem seguir elevados até o fim do primeiro trimestre.
No entanto, caso a produção consiga se ajustar ao aumento da demanda, é possível que os preços comecem a se estabilizar ao longo do segundo trimestre de 2025.
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Inflação dos alimentos pressiona consumidores e desafia o mercado
A inflação dos alimentos tem sido um grande desafio para o consumidor brasileiro, e a recente alta no preço dos ovos é mais um reflexo desse cenário econômico instável.
Com altas de até 95% em algumas regiões, os ovos deixaram de ser uma opção acessível para muitos consumidores, pressionando ainda mais o orçamento das famílias.
Supermercados alertam para a dificuldade de repasse dos preços ao consumidor, e especialistas indicam que os valores podem continuar elevados até o final do primeiro trimestre.
O mercado agora acompanha de perto a reação do setor produtivo e as medidas do governo, na esperança de que a inflação dos alimentos possa ser controlada nos próximos meses.
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