Brasileiros traficados deixam Mianmar e aguardam ação do Itamaraty

Após fugirem e serem resgatados, os brasileiros Luckas Viana dos Santos, de 31 anos, e Phelipe de Moura Ferreira, 26 anos, vítimas de tráfico humano em Mianmar, chegaram nessa quarta-feira (12) à Tailândia, onde aguardam o auxílio da Embaixada brasileira em Bangcoc para serem repatriados ao Brasil. Eles foram transferidos à Tailândia junto a centenas de estrangeiros também mantidos reféns em Mianmar.
Conforme divulgado pela imprensa local e confirmado por familiares dos brasileiros, mais de 250 pessoas, incluindo Luckas e Phelipe, deixaram ontem um centro de detenção em Mianmar, onde aguardavam há dois dias a transferência. Eles viajaram em veículos do Exército tailandês até a cidade de Mae Sot, que faz fronteira com Mianmar. Em seguida, seriam transferidos a uma base militar na província de Tak, segundo informado por Luckas em telefonema à mãe, Cleide Viana.

Brasileiros dizem que ainda aguardam auxílio da Embaixada. Em breves contatos feitos com familiares no Brasil na tarde dessa quarta-feira, eles afirmaram que apenas embaixadas de outros países estavam presentes em Mae Sot para resgatar os nacionais.
O Itamaraty disse que está “tomando as providências necessárias” para repatriação dos jovens. Em nota, informou que, “por meio da Embaixada em Bangcoc, presta assistência aos dois brasileiros liberados após terem sido vítimas de tráfico de pessoas na fronteira entre Myanmar e Tailândia e está tomando as providências necessárias à sua repatriação”.

Familiares de brasileiros também não foram contatados por autoridades brasileiras. Eles dizem que tentaram ontem contato com a Embaixada brasileira em Bangcoc desde cedo, mas sem retornos. “As outras embaixadas estão indo lá pegar seus cidadãos e, até agora, a do Brasil não apareceu, nem fez contato”, afirmou Antonio Carlos Ferreira, pai de Phelipe.
Segundo apurado por uma porta-voz da The Exodus Road, organização civil internacional de combate ao tráfico humano, a previsão é a de que o órgão diplomático em Bangcoc entre em contato com Luckas e Phelipe na manhã desta quinta-feira (13) para iniciar o processo de retorno dos dois ao Brasil. A repatriação, porém, ainda deve levar alguns dias, segundo a mesma porta-voz.

“Provavelmente, a liberação deles não será de um dia para o outro”, informou a Cintia Meirelles, da Exodus, em um áudio enviado à família. Os dois devem aguardar em um centro de referência para vítimas de tráfico humano na Tailândia até o retorno ao Brasil. A reportagem procurou a representante da entidade para mais informações, mas não obteve retorno até o fechamento desta edição.
Os brasileiros fugiram no sábado (8) e foram encontrados na segunda-feira (10) por um grupo armado em Mianmar. Segundo familiares, eles conseguiram escapar do local onde eram mantidos reféns junto a um grupo de centenas de estrangeiros, também vítimas de tráfico humano no país asiático.

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