Deputada federal Rosana Valle*
“É hora de pacificar o País”, disse Luiz Inácio Lula da Silva (PT), ao ser eleito presidente da República em 2022. Uma frase de efeito, que teria sentido se fosse levada a sério pelo próprio autor. Mas, não! Em pouco mais de dois anos de governo, o petista, aparentemente, se esqueceu do que falou; voltou a jogar gasolina na fogueira da polarização; e convocou a militância para confrontar Jair Bolsonaro (PL) e a Direita brasileira. O motivo é claro: Lula está de olho na reeleição, no pleito de 2026. Para isso, precisa tirar o foco da fraca e confusa gestão que está fazendo à frente, pela terceira vez, do Brasil: “Como o povo vai falar bem do governo (federal), se a gente não está entregando?”, admitiu o presidente, dias atrás, numa espécie de confissão atrapalhada.
O sincericídio de Lula levou o marqueteiro do PT e, agora também ministro das Comunicações, Sidônio Palmeira, ao desespero, uma vez que escancarou e legitimou o que todo brasileiro percebe quando fecha as contas no fim do mês.
Não de hoje, o governo petista está sem rumo e com poucas chances de colocar o País em ordem econômica até a eleição do ano que vem.
Apesar da propaganda negacionista (e otimista) do PT, a inflação escapou do controle. A picanha não chegou à mesa do brasileiro mais barata, como se prometeu em campanha.
Muito pelo contrário: da farmácia ao combustível, nos supermercados e nas feiras, o custo de vida da população está mais alto.
E não é só isso: a gastança inconsequente e a falta de comprometimento da União com as contas públicas trazem à tona a falta de credibilidade financeira do Brasil – aqui e no exterior. Isto significa juros e dólar nas alturas.
Se não bastasse tudo isso, o governo petista é um oceano de ideias confusas: se comunica mal com as massas e com o mercado, e apanha da oposição e da opinião pública nas redes sociais.
Foi assim, por exemplo, com o PIX, por força de um eventual monitoramento; e na recomendação para os planos de saúde incentivarem a mamografia só após os 50 anos (protocolei, inclusive, um projeto de lei, a fim de evitar este retrocesso médico); e na insistência em aparelhar as estatais com “companheiros” que nada entendem da matéria.
Veja os Correios: após anos de superávit, em 2024 a empresa registrou um rombo financeiro de R$ 3,2 bilhões.
A Venezuela, do ditador Nicolás Maduro (Partido Socialista Unido da Venezuela), continua do lado esquerdo do peito de Lula, assim como a deslumbrada primeira-dama do Brasil, Janja da Silva, que, sem voto ou cargo, emprega um séquito de assessores bem remunerados.
E tudo isso sob o sigilo de cem anos – que, até pouco tempo atrás, a Esquerda brasileira rechaçava.
Recente pesquisa Genial / Quaest mostra que a popularidade e a aceitação do presidente estão caindo, inclusive no Norte-Nordeste – território eleitoral caro para o PT.
A luz amarela se acendeu e o Partido dos Trabalhadores, então, lançou mão, novamente, do “nós contra eles”. E isso preocupa!
A dura e cruel disputa pelo poder de comandar o destino do Brasil já começou! Muito em breve, o País será palco de mais uma competição política fraticida.
A “Batalha dos Bonés” nos corredores do Congresso Nacional, a qual assistimos dias atrás – “O Brasil é dos Brasileiros” X “Comida Barata Novamente – Bolsonaro 2026” — é o lado jocoso do que ainda vem por aí.
*Rosana Valle é deputada federal pelo PL-SP, em segundo mandato; presidente da Executiva Estadual do PL Mulher de São Paulo; jornalista há mais de 30 anos; e autora do livro “Rota do Sol”